
Respondendo diretamente à pergunta que dá título a este artigo: dentro do campo o impacto será nulo. Já fora dele, aí sim pode ser sentido. Mas vamos por partes...
Anunciadas esta quinta-feira pela Casa Branca, como dissemos as restrições de viagens a pessoas de 19 países não vão afetar diretamente o desenrolar do Mundial de Clubes que se aproxima, mas acabarão mesmo assim por ter impacto indireto no torneio, já que apenas jogadores, staff e familiares próximos aos jogadores afetados poderão entrar nos Estados Unidos. Quer isso dizer que adeptos de algumas equipas (ou de certos jogadores) poderão ver o seu acesso negado.
Ao todo, são 19 os países afetados por essas medidas, 12 deles com restrição total (Afeganistão, Myanmar, Chade, Congo, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Irão, Libía, Somália, Sudão e Iemen), ao passo que outros 7 terão acesso limitado (Burundi, Cuba, Laos, Serra Leoa, Togo, Turquemenistão e Venezuela). Contudo, de acordo com a Casa Branca, estão previstas exceções para grandes eventos internacionais, como os citados Mundial de Clubes, a Gold Cup - ambos a disputar este verão - e ainda o Mundial'2026 ou os Jogos Olímpicos de 2028.
Um primeiro olhar a este lote de países permite perceber que não há nenhum país com equipas envolvidas no Mundial de Clubes, mas há sim jogadores provenientes de alguns destes destinos. Por exemplo, o Inter Milão, que tem no seu plantel Mehdi Taremi, antigo avançado do FC Porto de nacionalidade iraniana. Contudo, por haver a tal exceção, tanto Taremi como os togoleses Kodjo Fo-Doh Laba (do Al Ain) e Roger Aholou (do Esperanza de Tunis) ou os venezuelanos Matías Lacava (Ulsan HD) e Salomon Rondon (Pachuca) não terão problemas para entrar no país. Se tudo correr bem, claro...
O mesmo se aplicará na Gold Cup ao Haiti, que está apurado para a fase final e está na lista de países impedidos. Aí os jogadores poderão entrar, já os adeptos... ficarão à 'porta' (que é como quem diz, na fronteira).
No entanto, se esta medida não deverá ter qualquer impacto no Mundial de Clubes, a situação poderá ser diferente na pré-temporada, já que os Estados Unidos normalmente são palco de vários torneios de preparação, incluindo a já anunciada Premier League Summer Series US Tour 2025. Não sendo uma grande competição, mas antes um simples torneio de pré-temporada, a decisão ficará nas mãos do Secretário de Estado, que terá a liberdade para determinar o que é ou não relevante.