
Roberto Martínez realizou durante a manhã deste sábado a antevisão da partida entre Portugal e Espanha, relativo à final da Liga das Nações.
Roberto Martínez esteve presente na sala de imprensa durante este domingo, de forma a realizar a antevisão à partida entre Portugal e Espanha, válido pela final da Liga das Nações:
«Vejo com naturalidade. Há um aspeto sentimental. Sou espanhol. É uma conversa com os netos para daqui a 10 anos. Quero ganhar a final. Adorei o espírito e atitude do grupo. Preparar o jogo de uma final. A quarta na história de Portugal e essa responsabilidade faz com que tenhamos de dar o nosso melhor».
O selecionador acredita que a seleção pode vencer a competição:
«O foco é o que nós podemos fazer. Se tivermos o mesmo desempenho da meia final, acredito muito. O adversário é um grande adversário. Campeão da Europa, da Liga das Nações. Não é um jogo para o aspeto técnico e tático, mas para mostrar a resiliência e a personalidade que já mostramos com a Alemanha. Acho que estamos preparados».
O técnico assumiu que há várias maneiras de se avaliar um trabalho:
«No futebol estamos para ganhar e um aspeto para avaliar isso são troféus. Nas seleções, também podemos avaliar pelo ranking. Número de golos, pontos, tudo. Há muitos aspetos onde um treinador pode ser avaliado. Tenho orgulho muito grande em ser o terceiro treinador de Portugal que pode preparar uma final. Vou dar tudo para que os nossos adeptos fiquem muito contentes depois do jogo».
Roberto Martínez elogiou os jogadores de Portugal:
«O 11 inicial fez um jogo fantástico. Mais de controlar o jogo, tentarmos fazer o que queríamos na primeira hora de jogo. Depois os três jogadores que entram, deram o que queríamos. Controlar mais no último terço. Fizemos um jogo muito bom do minuto 0 ao último minuto. A primeira parte mais de controlo. Parámos defensivamente a Alemanha e tivemos oportunidades. Foram opções táticas muito boas. Na segunda parte, foi diferente. Ter jogadores com valências diferentes. A final é totalmente diferente. A Espanha não é a Alemanha. A Espanha tem aspetos de melhor equipa do mundo, mas a equipa perfeita não existe. Temos de preparar bem».
O espanhol falou sobre as palavras de Cristiano Ronaldo na conferência de imprensa:
«Eu acho que é o capitão a querer jogar amanhã (risos). O Cristiano está a jogar a quarta final por Portugal, é incrível. Um exemplo. Adoro a sua fome. Um jogador que ganhou tudo e o dia a seguir começa do zero. É importante para jogadores como o Quenda, Mora, João Neves. É uma prenda. Nos últimos dois anos e meio, o trabalho entre staff e jogadores foi muito unido. É um balneário solidário, gosta de vestir a camisola de Portugal e amanhã vamos dar tudo para fazer o povo português um povo muito feliz».
Roberto Martínez indicou que Portugal não vai mudar a sua forma de jogar:
«Portugal amanhã não vai mudar nada do que nós somos para jogar a final. Acreditamos muito em nós. Temos de ser perfeitos no que somos bons. E não mudar a nossa ideia ou dar a bola a Espanha. Já conhecem como trabalho. A decisão do 11 é feita depois do último treino. O que posso dizer é que acredito em todos os jogadores. Não há um 11. Há uma ideia de jogo. Temos de ter uma perfeita reação à perda. Precisamos de fazer tudo o que somos muito bons».
O selecionador rejeitou a existência de ansiedade:
«Não há ansiedade. Ao contrário. Temos uma oportunidade de fazer história. Estamos onde queremos estar. Uma competição que é o formato mais exigente do futebol mundial. 10 jogos durante 10 meses. É uma liga dentro do futebol de seleções. O espírito é muito bom. Temos mais um membro na família da seleção. Os meus parabéns pelo bebé de Gonçalo Ramos».
O técnico elogiou Luis de la Fuente:
«Diria que a seleção espanhola é a melhor do mundo em certos aspetos. A equipa perfeita não existe. Luis de la Fuente criou um espírito no balneário que parece um clube, mais do que seleção. A equipa tem uma capacidade de ser competitiva».
Roberto Martínez elogiou Lamine Yamal:
«É uma surpresa de um jogador tão jovem seja tão consistente. A de extremo é a mais difícil. A consistência vem com experiência. É uma situação única no futebol. É um jogador estelar. Ter essa consistência no clube e seleção é incrível. Da nossa parte, tentar parar-lhe seria um erro pensar que a seleção de Espanha é só um jogador. Sem bola, temos de ser solidários e defender muito bem. Com bola, fazer o que podemos fazer».
O técnico falou de Johan Cruyff:
«É um dia muito bonito para recordar-lhe e agradecer-lhe por dar-nos esta luz. Por entender o futebol de uma forma muito distinta e atrativa. Espero que nos próximos anos que o futebol ibérico sejam anos em que possamos crescer juntos».
Roberto Martínez indicou que o objetivo é vencer o Mundial 2026:
«Quando começas a olhar para a Liga das Nações, estamos a falar das melhores seleções da Europa. Já há quartos de final. Os detalhes tornam-te uma seleção melhor. Os jogos são tão difíceis que te preparam. Quando juntas a Argentina e o Brasil, estamos a falar das melhores do mundo. Competições assim ajudam muito para ver onde podemos chegar. Não há muito tempo para treinar. O objetivo é tentar ganhar o Mundial».
O selecionador comentou a época de João Palhinha:
«É um dos jogadores que se vê pouco, mas a influência é total. Tem uma intensidade, uma exigência. Não temos muitos desse tipo em Portugal. É muito inteligente taticamente. Abre-te muito o jogo. Foi um ano difícil para ele. Falei com o seu treinador e temos a mesma opinião. Foi um ano muito difícil e ele nunca baixou os braços. Podemos confiar. É um jogador essencial para nós. A competência está lá. Espero o melhor do Palhinha para a próxima temporada».
Roberto Martínez assumiu que Vitinha e Fabián Ruiz são candidatos a vencer a Bola de Ouro:
«Sempre achei que os prémios individuais são injustos, porque o futebol é um desporto coletivo. A equipa vencedora devia ter a Bola de Ouro na sua equipa. Acho que o Vitinha tem muitas oportunidades. É sempre um aspeto subjetivo. Do que gostas no futebol. Para mim, que tenho a oportunidade de trabalhar com Vitinha, parece-me um fora de série. Se não ganhar agora, tem o potencial para ganhar noutra altura».
