
Diogo Salvi é o único piloto português a disputar o Rali de Portugal na categoria principal do Campeonato do Mundo de Ralis (Rally1) e a primeira vez desde 2012 que um concorrente luso o faz, 13 anos após Armindo Araújo - que também estará presente na edição de 2025 - ter conquistado a 15.ª posição ao volante de um Mini.
O empresário da área das tecnologias da informação concretiza um «sonho» aos 55 anos e após mais de uma dezena de participações na etapa portuguesa do WRC competirá nesta edição aos comandos de um Ford Puma da M-Sport, da categoria Rally 1.
«Sempre tive o sonho de fazer o rali ao volante de um carro da categoria Rally1, lado a lado com os melhores pilotos do mundo. Quando a oportunidade surgiu, agarrei-a sem hesitar. Este carro é, sem dúvida, o melhor em termos de performance, dinâmica e tudo o resto. É um presente que dou a mim próprio — mas com a noção de que posso até vir a ser mais lento do que com o Skoda Rally2 com que corri no passado, por ir fazer o rali apenas com um curto teste realizado dias antes da partida», afirmou Diogo Salvi, citado pelo site do Rali de Portugal.
«Gostaria muito que fosse a primeira de muitas participações. A minha empresa é o meu projeto de vida, mas tem-me impedido de fazer muitas outras coisas que gosto. Felizmente, tenho uma equipa de colaboradores fantástica e estou a trabalhar na passagem de testemunho. Assim que esse processo estiver concluído, quero começar a fazer outras coisas na vida, como escalada e mais ralis, sobretudo internacionais. Isso é, sem dúvida, o que quero fazer», disse o piloto.
Filho de um antigo piloto de ralis, Diogo Salvi admite que chegou «tarde a esta competição, aos 40 anos». «Comecei com a idade com que muitos terminam. O meu pai, por exemplo, terminou a carreira com essa idade [40]», frisou o piloto, fará dupla com o navegador espanhol Axel Coronado.
«Face à pouca potência de motor que [estes carros] têm, em provas de asfalto os WRC2 têm que ser conduzidos sempre no limite. Já na terra são quase carros para velhos, com uma condução muito mais amigável», destaca.
Depois de já ter experimentado o Ford preparado pela equipa britânica M-Sport, verificou que «não tem nada a ver» com os carros a que está habituado.
«A única semelhança é que têm quatro pneus. Um [WRC2] tem 280 cavalos enquanto o outro tem 450. As suspensões têm um curso completamente diferente. Este carro é muito mais exigente, têm de se antecipar todas as situações», explica.
«Não é um desporto de velocidade, mas é um desporto extremamente rápido, muitas vezes em zonas estreitas. Em provas com pisos de terra o volante está sempre a mexer. Não é um desporto veloz, mas é rápido. E, neste caso, a rapidez quase duplica», explica Salvi.
Por isso, parte sem grandes expectativas quanto a um resultado. «Não sendo piloto, faria melhores tempos com o carro que estou habituado a guiar todos os dias do que com um carro que é um F1 e que requer habituação. Não sou piloto, sou apaixonado pelos ralis», concluiu.