
Depois de largos minutos marcados pela passividade de ambos os conjuntos e dificuldades em momentos decisivos, o Estoril Praia precisou apenas de quatro minutos para baralhar as contas da partida e alterar o desfecho de um jogo que aparentava estar decidido. O espírito combativo levou a Equipa da Linha a reverter uma desvantagem de dois golos, este domingo, e rubricar um suado empate (2-2) frente ao Moreirense.
Em relação à última partida, ambos os técnicos decidiram efetuar três alterações nos respetivos onzes iniciais. Cristiano Bacci lançou Michel, Benny e Guilherme Schettine para os lugares de Maracás, Sidnei Tavares e Yan Maranhão. Ian Cathro, por sua vez, apostou em Wagner Pina, Holsgrove e Guitane, em detrimento de Pedro Carvalho, Jandro Orellana e André Lacximicant.
Deslize para afastar a monotonia
Como nenhum dos conjuntos apresentava grandes preocupações no que toca às contas da I Liga, ambos os conjuntos protagonizaram um primeiro tempo bastante calmo, onde a emoção deu lugar à passividade - principalmente defensiva - e nenhum dos conjuntos decidiu arriscar em demasia na fase de construção.

Se, por um lado, a formação visitante optou por manter a posse com passes curtos e ponderados, procurando os melhores espaços para ferir o adversário, os Cónegos mantinham um bloco baixo e apostavam em contra-ataques, na antecipação ao adversário. Duas estratégias distintas, que levaram a um início algo monótono.
Isto até Joel Robles protagonizar - pela negativa - a jogada de maior euforia do primeiro tempo em Moreira de Cónegos. À passagem do minuto 21, o guardião espanhol escorregou e foi incapaz de afastar o perigo - após um atraso de Pedro Álvaro -, garantindo a Benny o espaço necessário para recuperar o esférico e inaugurar as hostilidades. Um erro tremendo que animou levemente a partida.
O tento conferiu, assim, algum alento ao Moreirense, que tentou resguardar a vantagem sem grandes percalços e apostar em passes de rutura - principalmente para Guilherme Schettine -, mas sem nunca obter o resultado esperado. O Estoril Praia, por sua vez, apresentou um ligeiro ascendente antes da ida para os balneários, mas alguns erros na fase de decisões incapacitaram os pupilos de Ian Cathro de reverter o cenário antes do intervalo.
Um canarinho luta até ao fim!
Ciente das dificuldades apresentadas pelo Estoril Praia no primeiro tempo - nomeadamente a falta de eficácia ofensiva -, o técnico escocês apressou-se a mexer nas suas peças e lançou Gonçalo Costa para o lugar de Pedro Álvaro. Os Canarinhos apresentaram ligeiras melhorias, no reatar da disputa, e tiveram nos pés de Guitane uma oportunidade de ouro para igualar o confronto, ou não fosse uma enorme defesa de Caio Secco.
O Moreirense, por sua vez, soube defender a vantagem e respondeu pouco depois, dilatando a vantagem ao segundo remate efetuado na partida. Na sequência de um pontapé de canto batido à maneira curta, Alanzinho lançou um venenoso cruzamento para o interior da área, onde apareceu Marcelo, nas alturas, a firmar o segundo da tarde. Joel Robles nada pôde fazer para travar o indefensável remate.
Apesar do golo representar um duro golpe nas aspirações dos forasteiros, a turma visitante nunca desistiu e correu atrás do prejuízo. A insistência canarinha tornou a dar frutos perto da reta final, quando Felix Bacher (76) superiorizou-se nas alturas e reduziu a favor do Estoril Praia.
Daí em diante, o conjunto da casa sentiu algum nervosismo e apresentou mais dificuldades em gerir a vantagem de forma confortável. Esse desconforto acabou por prejudicar em demasia os comandados de Cristiano Bacci, já que Alejandro Marqués (80') aproveitou um desentendimento entre Marcelo e Caio Secco para rubricar o golo da igualdade e, consequentemente, o desfecho do animado duelo.
*por Diogo Organista Pereira