A seleção portuguesa masculina de hóquei em patins inicia, esta segunda-feira, frente a Itália, a caminhada para recuperar um título europeu que lhe escapa desde 2016. O Europeu regressa a Paredes e tem como grande rival a Espanha, tricampeã continental.

A edição deste ano reúne oito seleções, distribuídas em dois grupos: Portugal, Espanha, Itália e França no Grupo A; Suíça, Alemanha, Andorra e Áustria no Grupo B. A fase de grupos será seguida pelas eliminatórias, a 4 e 5 de setembro, com a final marcada para dia 6, às 21h15.

No historial da competição, Portugal lidera com 21 títulos, seguido pela Espanha com 19. Os espanhóis, no entanto, têm dominado nas últimas décadas, vencendo 10 das últimas 12 edições. A Inglaterra surge como terceira seleção mais titulada, com 12 troféus, embora o último tenha sido conquistado em 1939.

Selecionador Paulo Freitas: «Vamos deixar tudo no rinque»

Portugal tem a ambição clara de reconquistar um título que lhe escapa desde 2016. Quem o assegura é o selecionador nacional, Paulo Freitas, que completa um ano e nove meses no cargo.

«Não lhe posso responder de outra forma que não sejam as melhores expetativas. O objetivo é conseguirmos ganhar», afirmou o técnico, em declarações aos jornalistas no palco da prova.

A preparação da equipa começou a 4 de agosto e, segundo o selecionador, estará no ponto máximo durante a competição, que decorre entre 1 e 6 de setembro. «A equipa estará na melhor versão nesse período», garantiu.

Portugal é a seleção mais titulada do torneio, com 21 conquistas, mas encontra na Espanha – tricampeã em título e detentora de 19 troféus – o seu principal obstáculo. Ambas integram o Grupo A, juntamente com Itália e França. No Grupo B estão Suíça, Alemanha, Andorra e Áustria.

O treinador não escondeu a ambição: «Este ano vamos à procura do primeiro lugar, vamos prometer deixar tudo lá dentro no rinque. Vitórias não conseguimos garantir, mas honrar as cores que vestimos sim».

O fator casa poderá ser determinante, com a expectativa de um pavilhão cheio no Rota dos Móveis. «Não temos dúvidas de que estas bancadas vão estar cheias e que a energia que nos vai ser passada será um boost muito importante. Agora, os adversários estão habituados a competir em ambientes adversos, tal como nós também», salientou Paulo Freitas.

Além da Espanha e da Itália, o selecionador destacou ainda a evolução da França, uma seleção cada vez mais competitiva graças à presença de cinco jogadores no campeonato português. «É uma seleção com muita qualidade, que anda à procura do seu espaço e já esteve próxima de vencer recentemente. São quatro candidatos ao título e, como costumo dizer, quem tiver melhor as unhas vai tocar guitarra», observou.

Na preparação para o Europeu, Portugal venceu recentemente o torneio GoldenCat 2025, em Espanha, um resultado que reforça a confiança da equipa a poucos dias do arranque da competição.

Capitão Hélder Nunes: «Não queremos deixar passar mais uma oportunidade»

A ambição portuguesa ficou expressa também pelas palavras do capitão Hélder Nunes. Para o defesa-médio do FC Porto, de 31 anos, «representar Portugal é sempre o exponente máximo de qualquer carreira». 

Consciente da responsabilidade, o internacional luso garantiu que o grupo está focado. «Trabalhámos muito, porque o título já nos foge há algum tempo e não queremos deixar passar mais uma oportunidade», afirmou, em declarações aos jornalistas no palco do Europeu, em Lordelo, Paredes.

Sobre a renovação do plantel, Hélder Nunes destacou o contributo dos mais jovens. «É um grupo com bastantes caras novas, mas todas elas vêm para acrescentar e para garantir Portugal na máxima força», disse, acrescentando: « um grupo com características humanas muito fortes, para além de trabalhadores. Isso pode ser a palavra-chave do nosso grupo, porque não virámos a cara à luta. Trabalhamos como se fosse a nossa última competição e estamos no caminho ideal para, no fim, ganhar».

O capitão recordou ainda que esteve presente nos Europeus realizados em Paredes em 2012 e 2021, ambos conquistados pela seleção espanhola.

Miguel Rocha: «É possível quebra a Espanha»

Miguel Rocha, avançado do OC Barcelos, preferiu destacar a importância do apoio do público. «Esperamos um pavilhão cheio, com os portugueses a empurrar-nos. O público pode fazer a diferença, mas também o trabalho diário que temos vindo a realizar, que tem sido bastante positivo. Temos um grupo capaz de vencer e acreditamos que é possível quebrar a hegemonia da Espanha», afirmou o jogador de 32 anos.