
Portugal perdeu com a França por 4-3 e não vai estar presenta na final do Campeonato da Europa de Sub-19, mas a equipa de Marisa Gomes fez uma exibição de mão cheia, tendo recuperado várias desvantagens e demonstrado um futebol muito positivo e constantemente com o olho na baliza. A equipa portuguesa foi eliminada, mas tem boas razões para olhar para o futuro com confiança.
O início de jogo de Portugal poderia antever uma noite de pesadelo para a equipa portuguesa. A entrada mais ansiosa, em contraponto com a equipa francesa, fez com que as raparigas de Marisa Gomes não estivessem tão concentradas defensivamente e a França aproveitou para marcar duas vezes, quando ainda não tinha sido jogados 15 minutos, por Graziani e Mendy.
O momento foi duro para as lusas, que tiveram dificuldades em libertar-se do nervosismo inicial, mas depois de uma situação que obrigou a assistência a Thaís Lima, Marisa Gomes chamou as suas jogadores e com uma espécie de tempo de desconto conseguiu fazer com as suas meninas se recentrassem no foco do encontro e a partir dessa altura, Portugal dominou o encontro.

Encostar a França
Inicialmente e de forma a levar a França para a sua defesa, Portugal optou por jogar na profundidade, utilizando a velocidade de Carolina Santiago, mas aos poucos passou a ter a sua identidade bem presente.
As jogadas passaram a ser desenhadas desde trás, com muita organização e intensidade nos duelos. O primeiro golo de Portugal apareceu de grande penalidade, após falta sobre Maísa Correia, depois de um livre lateral. Marta Gago marcou e Portugal ganhou entrou no jogo.
No início da segunda parte viu-se uma seleção nacional ainda mais forte na forma como construía os seus ataque e chegava à área de Alyssa Fernandes. Portugal somou várias oportunidades, não deixou a França ter bola e empatou aos 74 minutos, por Lara Martins, após lance de insistência de Carolina Santiago.
Era o melhor momento de Portugal: as raparigas portuguesas não deixaram a França reagir - as gaulesas foram uma sombra dos primeiros vinte minutos - e com um futebol muito apoiado tiveram perto de ganhar o encontro. Já no tempo de compensação, Carolina Santiago foi travada na área, mas a árbitra do encontro nada marcou e o jogo foi para prolongamento.

Esforço português não chegou
No prolongamento, a França conseguiu entrar melhor. As comandadas de Philippe Joly souberam explorar os corredores de Portugal e aproveitaram uma das poucas vezes que a defesa de Portugal deu espaço para se colocarem em vantagem, com um remate em arco de Maeline Mendy.
Da bancada ouviu-se várias vezes Marisa Gomes pedir para as jogadores acreditarem até ao fim e assim foi. Portugal voltou a empatar, num dos melhores lances do encontro, por Diana Costa, em cima do intervalo do prolongamento. Uma jogada espetacular, onde a bola passou por várias jogadoras antes de ser servida por Marta Gago à sua avançada.
Portugal voltava a estar mais dominante e perigosa. O golo esteve sempre mais perto para a equipa nacional, mas a França voltaria a marcar, na cobrança de uma grande penalidade, após mão de Érica Cancelinha, na área. Ainda houve reação ao quarto golo, mas a França conseguiu travar o ímpeto português e segurar o triunfo.
A seleção nacional fez um jogo esplêndido e demonstrou uma qualidade notável em praticamente todos os momentos do encontro.