
Durante o Mundial de Clubes o jornal A BOLA conta-lhe, diariamente, uma curiosidade relacionada com um dos clubes participantes na primeira edição desta nova versão da prova.
Em agosto de 2014, um artigo publicado pelo jornal sueco Aftonbladet gerou uma das mais controversas e bizarras polémicas do futebol europeu moderno. No contexto de um jogo de qualificação para a UEFA Champions League entre o Malmo e o Salzburgo, o colunista Ronnie Sandahl assinou um texto explosivo, em que descrevia o clube austríaco como um símbolo daquilo que está errado no futebol contemporâneo... e foi aí que tudo descambou.
Num parágrafo que correu o mundo, o jornalista escreveu: «A Áustria não nos deu apenas Josef Fritzl e Adolf Hitler. Há também o Salzburgo, o clube mais odiado do mundo.»
O Salzburgo - anteriormente chamado de Austria Salzburgo e, mais tarde, Casino Salzburgo - é frequentemente considerado um dos clubes mais odiados da atualidade e tudo remonta à forma como a sua identidade histórica foi abruptamente apagada após a aquisição pela Red Bull, em 2005.
A transformação radical incluiu a alteração do nome, do escudo, das cores e até a declaração oficial de que se tratava de um «novo clube, sem passado», o que provocou uma enorme revolta entre os adeptos tradicionais. Visto por muitos como o símbolo máximo da comercialização do futebol moderno, o Salzburgo tornou-se um alvo de críticas por encarnar uma filosofia corporativa que coloca o marketing e os lucros acima das tradições e do sentimento clubístico.
No entanto, Sandahl foi além das críticas habituais. A comparação, envolvendo duas figuras sinistras da história recente - Fritzl, autor de um dos crimes mais chocantes do século XXI, e Hitler, o ditador que engendrou o Holocausto e conduziu a Europa à II Guerra Mundial -, foi vista como um insulto gratuito, desproporcional e profundamente ofensivo, tanto ao clube como ao país austríaco.
A reação foi imediata e inflamável. O presidente da Federação Austríaca de Futebol, Leo Windtner, condenou publicamente o texto, considerando-o «impensado, inaceitável e insultuoso para a cultura e o povo austríacos». Também o Salzburgo manifestou o seu repúdio, tendo inclusive contactado o jornal sueco a exigir um pedido de desculpas formal.
A resposta não tardou. O editor do Aftonbladet enviou um pedido de desculpas oficial ao clube austríaco, reconhecendo que a comparação foi infeliz e que «excedeu os limites da crítica desportiva».
Apesar da reação firme, o Salzburg optou por encerrar o caso sem avançar para processos legais, deixando claro que o foco era a competição dentro de campo e não polémicas fora dele.
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