
As comandadas de Marisa Gomes estão no Centro de Estágios do Luso a preparar a participação no Europeu Feminino Sub-19, mas não deixam os estudos para trás. Mesmo com treinos bidiários, as internacionais portuguesas dedicam uma hora por dia à escola e muitas tiveram de adiar os exames nacionais.
Levar a escola até aos estágios das Seleções Nacionais, sobretudo os de longa duração, é um princípio do qual a FPF não abdica. O objetivo é proporcionar uma formação integral aos jovens atletas, oferecendo-lhes ferramentas que lhes permitam conciliar de forma eficaz os estudos com as exigências do futebol de alto rendimento, entre os quais se incluem, por exemplo, Rodrigo Mora ou Geovany Quenda.
"No caso das sub-19, a maioria frequenta o 12.º ou o 11.º ano, mas também há seis universitárias. Com o nosso programa de estudo acompanhado, as jogadoras podem seguir, através de uma ferramenta informática, os conteúdos programáticos que estão a ser lecionados nas suas escolas", referiu Carlos Lopes, Coordenador Pedagógico da FPF, que tem acompanhado as internacionais portuguesas no Luso.
O processo é simples. "Estamos em contacto permanente com as escolas das atletas. Essas escolas enviam-lhes tarefas e nós garantimos o apoio à sua concretização, durante as sessões de estudo", explicou, contando que, na Polónia, será adotado "um modelo híbrido de estudo", não presencial.
"Vamos atender às necessidades pontuais que cada uma possa ter. A vertente competitiva terá mais peso nessa altura", realçou Carlos Lopes, acrescentando que, devido ao Europeu, "várias jogadoras adiaram os exames nacionais, que começam a 17 de junho".
Campeões europeus sub-17 também com estudo acompanhado
O Coordenador Pedagógico da FPF não tem dúvidas de que "estudos e futebol de elite são conciliáveis". "É óbvio que não é tarefa fácil, mas é perfeitamente possível. Nas seleções masculinas e, em concreto, na Seleção Sub-17 Campeã da Europa, também demos apoio a jogadores, um apoio presencial na Cidade do Futebol e remoto na Albânia", frisou.
Rodrigo Mora e Quenda pensam seguir para o Ensino Superior
"Temos atletas de alto perfil com estudo acompanhado, como é o caso do Rodrigo Mora, agora na Seleção A, e o Geovany Quenda, nos sub-21. Já jogam ao mais alto nível nas equipas principais dos seus clubes e não descuram a escola. Ambos querem aceder ao Ensino Superior e nós já lhes enviámos os contratos para garantirem o estatuto de praticantes desportivos de alto rendimento", revelou.
"Procuramos sensibilizar as jogadoras e os jogadores das nossas Seleções para a importância de terem um plano B, ainda que o futebol lhes pareça seguro e estável. Queremos que tenham uma carreira de sucesso, mas queremos, ainda mais, que sejam felizes, e o processo académico pode ajudá-los nesse sentido".