Reboleira muito bem composta - mais de seis mil espectadores – e a receber uma batalha pela sobrevivência na qual venceu quem estava mais necessitado mas, também, mais adaptado: o Aves SAD estreava José Mota no comando técnico, mas não acusou falta de tempo de trabalho. Pelo contrário, pareceu sempre ter a lição bem estudada.

Logo nos instantes iniciais, os visitantes mostravam ao que vinham, com John Mercado a rematar por duas vezes nos primeiros dois minutos. Tunde quase deu continuidade à entrada incisiva aos 11’, numa diagonal à qual João Costa correspondeu com qualidade, defendendo para canto.

O Estrela tentava corresponder ao apoio das bancadas, mas mostrava-se preso de movimentos e só rematou com perigo aos 24’ por Paulo Moreira, colocado e ao lado, mas… por aí se ficou, não conseguindo soltar-se das amarras perante um adversário sólido nos seus processos e até ao intervalo foram os visitantes a conseguir chegar junto da baliza adversária.

A segunda parte não apresentou grandes novidades: o Aves SAD mais solto e, à imagem do primeiro tempo, a ter em Mercado a sua primeira ameaça, com um cabeceamento que tirou tinta ao travessão aos 53’. O Estrela, por seu turno, respondia aos repelões e a revelar falta de poder de fogo – e nem mesmo as alterações de José Faria pareciam alterar o figurino.

Em sentido inverso, as movimentações ofensivas avenses causavam preocupação ao setor defensivo dos locais – Mercado e Tunde revelavam-se fortes nesse particular – e parecia apenas faltar eficácia para chegar o golo que os visitantes tanto desejavam. E aconteceu com a utilização da mesma fórmula, mas com um interveniente diferente: aos 82’, Mercado saiu para entrar Vasco Lopes e este, aos 85’, arrancou um cruzamento preciso pela esquerda.

No centro da área, em antecipação aos centrais contrários – algo que sucedeu em vários outros momentos ao longo da partida… - , apareceu Zé Luís, a decidir o jogo e a intensificar a luta pela manutenção nas últimas jornadas.

O Aves SAD reconquistou o direito a sonhar com a permanência direta ao reduzir a distância pontual para o Estrela, sobre o qual também tem vantagem no confronto direto no caso de existir uma (possível) igualdade pontual após a última ronda. Só no final haverá decisão, portanto.

As notas dos jogadores do Estrela da Amadora:
João Costa (6), Guilherme Montóia (4), Renato Pantalon (5), Issiar Dramé (4), Nilton Varela (5), Amine Oudrhiri (5), Paulo Moreira (5), Chico Banza (4), Bucca (4), Jovane Cabral (4), Kikas (5), Manuel Keliano (4), Léo Cordeiro (4), Rodrigo Pinho (4), Fábio Ronaldo (-) e Mamede (-).

As notas dos jogadores do Aves SAD:
Ochoa (6), Fernando Fonseca (6), Devenish (6), Baptiste Roux (6), Kiki (5), Gustavo Assunção (6), Jaume Grau (6), Lucas Piazon (6), John Mercado (7), Tunde (6) e Zé Luís (7). Rafael Rodrigues (6), Gustavo Mendonça (-), Rodrigo Ribeiro (-) e Aderllan Santos (-)

As reações dos treinadores

José Faria (Estrela da Amadora): «Não sei se encarnámos o espírito de final pois sinceramente esperávamos mais, e que tivéssemos esse espírito dentro de nós, mas não foi possível. Temos de refletir porque não o foi, esta equipa já demonstrou, não há muito tempo, que o consegue fazer».

José Mota (Aves SAD): «Se estivermos à espera que as coisas aconteçam, dificilmente acontecem. Até para sair o Euromilhões temos que o fazer, temos que ir lá e fazer o boletim. Portanto, nada nos é dado, nada aparece por acaso e este grupo de trabalho mereceu esta vitória«.