José Mourinho está a cumprir os primeiros meses no comando do Fenerbahçe e explicou o que o levou a rumar à Turquia.
«Acho que foi o Fenerbahçe que me escolheu. Foi ao contrário. Fiquei à espera com calma, a analisar. Havia diferentes ofertas. Reuni-me com clubes, presidentes e diretores desportivos diferentes. Não tive pressa. Havia três candidatos à presidência e todos vieram falar comigo. Fizeram-me sentir o quanto me queriam. Eu também estava motivado por vir para um novo país e ajudar o clube na ambição de acabar com um período difícil. O diretor desportivo Mário [Branco] colocou em cima da mesa as ambições, sonhos e condições deste clube. Fiquei motivado, porque era um país novo, não era a Premier League de novo, a Serie A, Portugal. Foi uma novidade para mim», começou por referir, em entrevista à HT Sport.
O treinador português fez uma comparação com os tempos em que orientou o Chelsea.
«É diferente. Quando eu trabalhava no Chelsea, a minha casa ficava a 10 minutos do estádio e ia a pé para casa no fim do jogo. se eu fosse passear na Turquia, não conseguiria andar 10 metros. Mas adoro a pressão, a forma como as pessoas vivem isso. E é ótimo trabalhar numa cidade grande com muitos clubes. Acontecia em Inglaterra quando eu estive no Chelsea ou Tottenham. Tottenham, Chelsea, Arsenal, Fulham, Brentford, West Ham. São da mesma cidade, mas não podem ser comparados à realidade que vivemos em Istambul», disse.
O último treinador estrangeiro a ser campeão na Turquia foi Zico, no Fenerbahçe, em 2006/2007.
«Já ouvi muitas coisas. Se acreditasse em tudo o que ouço, já tinha pegado nas minhas coisas e ido embora. Prefiro aprender sozinho. Os treinadores turcos entendem melhor a cultura daqui. É por isso que estou a tentar aprender o máximo que posso sobre a liga turca. Esse é o meu foco. Deixei Portugal há 20 anos e trabalhei e quatro países diferentes. Tive sempre a capacidade de aprender rapidamente, adaptar-me e ganhar troféus», apontou.
O técnico confessou que pensa treinar pelo menos mais 10 épocas, quando confrontado sobre se o Fenerbahçe poderá entrar no seu documentário: «Claro. Eu gostaria de dizer que será lançado em janeiro de 2025. Haverá episódios diferentes. Não será um único documentário. Não tenho a certeza se serão três ou quatro. Mas o objetivo serão cinco ou seis. Então estará o Fenerbahçe, Istambul. Mas não será o último episódio. Continuará. Porque ainda tenho um mínimo de 10 anos da minha carreira. Não vou terminar a minha carreira depois de dois anos no Fenerbahçe. Há pelo menos mais 10 anos.»
Questionado sobre se o futuro poderá passar por um regresso à Premier League ou treinar uma seleção nacional.
«O meu objetivo é ter sucesso no Fenerbahçe e que queiram que fique mais tempo. Esse é o meu objetivo. Já tive oportunidades de treinar uma seleção e sempre rejeitei. O trabalho [de um selecionador] é esperar por um Europeu ou Mundial. Tenho muita energia para gastar agora. Talvez um dia, quando eu estiver velho e cansado, mas não agora», completou.