O CEO do Autódromo Internacional do Algarve, Paulo Pinheiro, morreu esta quarta-feira, aos 52 anos. A notícia da morte do engenheiro mecânico foi avançada pelo Autódromo Internacional do Algarve. Paulo Pinheiro foi vítima de doença oncológica fulminante.

"O Eng. Paulo Pinheiro dedicou a sua vida ao desenvolvimento do desporto motorizado em Portugal e à afirmação do Algarve e do País como um dos grandes palcos internacionais deste desporto, ao mesmo tempo que contribuía para o crescimento da economia nacional e regional, deixando um legado único em Portugal", lê-se no comunicado divulgado pelo AIA.

"Filho do Algarve", nasceu em Portimão a 8 de outubro de 1971 e dedicou toda a sua vida ao desenvolvimento da região para que esta passasse a ser reconhecida no mundo do automobilismo e do motociclismo.

Começou como piloto de karts aos 13 anos mas, à medida que foi crescendo, percebeu que o seu futuro profissional seria ligado à engenharia mecânica.

Piloto de MotoGP, Miguel Oliveira e Paulo Pinheiro, CEO do Autódromo Internacional do Algarve
Piloto de MotoGP, Miguel Oliveira e Paulo Pinheiro, CEO do Autódromo Internacional do Algarve Facebook Autódromo Internacional do Algarve

A paixão pelos carros e pela velocidade levou Paulo Pinheiro a idealizar e empreender a construção do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, em 2008, sendo um dos responsáveis pelo regresso da Fórmula 1 e do MotoGP a Portugal.

O circuito algarvio passou a fazer parte do calendário do Campeonato do Mundo de MotoGP desde 2020, contando, desde então, com cinco corridas, tendo sido também o palco do regresso da Fórmula 1, em 2020 e 2021.

Além do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), criou e dirigiu ainda a equipa de motociclismo e automobilismo Parkalgar Racing Team.

Reações à morte de Paulo Pinheiro

O presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), Ni Amorim, considerou que o automobilismo "perde um grande impulsionador" com a morte de Paulo Pinheiro.

"Acompanhei a situação nos últimos dois meses, em que estava internado nos cuidados intensivos em França. Fiquei muito triste hoje de madrugada quando recebi uma mensagem com a notícia. Foi um grande empreendedor, lutador, dinamizador do automobilismo", enalteceu Ni Amorim.
"O automobilismo perde um grande impulsionador e dinamizador. Era seu amigo pessoal, numa relação recíproca e de muito respeito. É uma perda grande para o país", sublinhou.

Do lado do Moto GP, o piloto português Miguel Oliveira também reagiu à morte de Paulo Pinheiro que recorda como um "herói" para todos aqueles que amam o desporto motorizado.

"O sonho dele tornou-se realidade e nele pudemos todos nós sonhar e construir memórias que perdurarão para sempre. Um homem como tu Paulão nunca morre, vives através da obra que deixas e nos nossos corações para todo o sempre."

"Perdi um amigo mas…que sorte a minha de me ter cruzado contigo Paulinho", acrescentou Miguel Oliveira.

Também António Félix da Costa, atualmente piloto da equipa TAG Heuer Porsche na Formula E, recordou Paulo Pinheiro como um "grande homem que fez muito" pelo desporto motorizado em Portugal.

Numa nota divulgada no site da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou a "morte precoce" de Paulo Pinheiro e enviou as condolências aos familiares e amigos.

Com Lusa