José Pedro e Isabel Osório lideram as equipas técnicas da 23.ª edição do Estágio do Jogador e do 1.º Estágio da Jogadora, iniciativas que arrancaram esta quinta-feira com o primeiro treino realizado em Odivelas.

Para o treinador, que no início da época passada orientou o Alverca, é um regresso a um 'cargo' que já ocupou no passado. "Já tinha passado aqui e deixa-me imensamente satisfeito. No fundo é ajudar também a causa, o lado social. Fui jogador profissional e há que ajudar estes jogadores que neste momento não têm clube e precisam de um espaço para os preparar da melhor forma", disse José Pedro aos jornalistas no final da sessão, destacando ainda o facto de ser "o primeiro ano do futebol feminino".

"Enquanto equipa técnica, queremos ajudá-los da melhor forma possível, principalmente a nível físico, para que quando houver oportunidade - e esperemos que não demore muito tempo -, estejam minimamente em condições de ingressar numa equipa. Felizmente como jogador nunca estive desempregado, estive sempre no clube de início da época, mas percebo muito bem a realidade que muitos deles atravessam. É uma ajuda para todos os atletas que estão a passar por esta situação", acrescentou o técnico de 46 anos, antes de revelar: "Apesar de ainda não termos os guarda-redes, o primeiro dia não foi muito diferente do que é iniciar uma pré-temporada num clube."

Já Isabel Osório, treinadora do Ouriense, começou por salientar "o imenso orgulho" por orientar o grupo do 1.º Estágio da Jogadora. "É uma ideia excelente o Sindicato abrir também o estágio ao futebol jogado pelas mulheres e raparigas, numa altura em que o futebol em Portugal, no feminino, está em crescendo. Estas iniciativas vêm engrandecer ainda mais esse processo que, como é óbvio, esperemos que nunca acabe. Os homens vão na 23ª edição, esperemos que esta seja a primeira de muitas para as mulheres", frisou a técnica, de 40 anos, acrescentando: "Estou ligada ao futebol das mulheres e das raparigas desde sempre, portanto, este projeto tem um cariz social e não podia dizer que não. Vejo com um extremo orgulho de poder ajudar estas jogadoras quer as mais novas, quer as que já têm idade adulta, de as poder ajudar um bocadinho."

"As jogadoras utilizam estes dias para poderem continuar a praticar futebol e se apresentarem nos seus projetos, seja de continuidade ou noutro, numa melhor condição enquanto futebolistas. Ainda não estamos no mesmo patamar que o futebol masculino, mas é de enaltecer todo este envolvimento, que permite a qualquer jogador de qualquer idade integrar os nossos trabalhos, praticar e ficar nas melhores condições para quando estiverem nos seus clubes", analisou ainda  Isabel Osório, considerando que em certas zonas do país é difícil gerir a oferta e procura de jogadoras: "Nas grandes cidades, como Lisboa, Porto ou Braga, acredito que existam clubes que conseguem dar resposta às jogadoras que queiram praticar futebol. Em outras partes do país, a gestão é diferente."