João Almeida deu uma longa conferência de imprensa esta sexta-feira, véspera da partida do Tour, em Lille, em que abordou vários temas relacionados com os seus objetivos na segunda participação na corrida francesa.

Como é que estão as pernas, a motivação, quais é que são as sensações antes da partida?

«As pernas para já estão boas e a motivação está em alta. Acho que cheguei ao Tour num bom momento de forma. E temos tudo para as coisas correrem bem. Agora, obviamente, é sempre um início bastante tenso e nervoso. Temos que estar atentos e bem posicionados.»

Objetivo de classificação geral?

«Não venho como líder, então qualquer resultado é sempre secundário. Obviamente, se houver essa sorte e essa oportunidade de poder fazer isso, claramente vou dar o meu melhor. Mas o objetivo aqui é ajudar o Tadej [Pogacar] o máximo que conseguir. E estamos aqui para ganhar o tour!»

Expectativa sobre a estratégia da rival Visma-Lease a Bike?

«Vai haver etapas muito duras, em que serão sempre as pernas que falarão mais alto. Ambas as equipas são muito fortes, quase equivalentes. Portanto, acho que estamos um bocadinho no mesmo nível. E as pernas vão falar mais alto. Obviamente, taticamente, há sempre várias coisas que se podem jogar, mas muitas vezes as situações de corrida, o que há para jogar naquele dia, no momento, se há corredores mais atrasados ou não... Temos de estar sempre preparados para tudo e para os adversários não nos surpreenderem.»

«Estou preparado para render Pogacar»

Se acontecer alguma contrariedade a Tadej Pogacar, sente-se capacitado para o render na luta pela vitória no Tour?

«Sim, estou em boa forma física. Acho que não há nada que me impeça de fazer isso. Acho que isso mudaria bastante a dinâmica de corrida, mas temos de estar preparador para assumir e dar o nosso melhor. E se for a nossa segunda melhor hipótese, claramente temos corredores na equipa para fazer isso.»

Último corredor da equipa a ficar como o Pogacar na montanha?

«Ainda vamos ter um meeting hoje [sexta-feira], mais logo, para falar mais especificamente de tudo. Ainda não sabemos o específico, mas acho que sim, que serei o último homem do Tadej, mas há sempre dias menos bons. Se os meus colegas se sentirem melhor, e forem mais fortes, conseguirem fazer um trabalho melhor, ficarão mais para o fim.»

«Ser isco? Seria bom de aproveitar»

Vê-se a fazer de isco em situações táticas?

«Se houver a situação de corrida propícia para isso acontecer, se calhar ser um isco, na minha opinião seria bom de aproveitar. Mas é tudo uma questão da situação de corrida.»

Honra ser o último homem de Tadej Pogacar?

«Estamos a falar não só dos melhores ciclistas da atualidade, mas talvez de sempre. E afinal de contas, fazer parte dessa história, pessoalmente, dá-me uma motivação extra. É um orgulho fazer parte desta equipa.»

Remco Evenepoel é o único que assume que gostaria de fazer melhor do que em 2024...

«Sinceramente, creio que não será possível. Acho o Vingegaard superior ao Evenepoel na montanha. Só há um contrarrelógio plano, em que claramente o Remco tem vantagem, por isso diria que o Vingegaard é um ciclista superior, pelo menos à partida deste Tour. Se pudesse apostar não para fazer segundo, apostava no Vingegaard. Mas que o primeiro seja um corredor da nossa equipa, claro!»

Para alimentar a pretensão de pódio, nas etapas de montanha decisivas, terá de responder a Vingegaard e Pogacar. Sente-se com essa capacidade?

«O meu objetivo principal não são resultados, é ajudar o Tadej o máximo que eu conseguir. Destruir o resto do grupo que restar na montanha, quando for a minha vez de puxar. Tornar a corrida dura nas subidas. Não trago nenhum objetivo de ter de fazer pódio, porque é sempre secundário tendo em conta esse trabalho. Vou dar claramente o meu melhor, seguir o meu instinto, mas é tudo relativo em relação aos adversários, quão fortes estão, quão fortes eu estou... E é assim que começarei esta Volta a França.»