"A questão aqui é que quando o bolo não cresce, naturalmente que fica sempre mais difícil. Em termos de financiamento, aquilo que nós temos que conquistar relativamente ao desporto, durante a legislatura, é tentar aproximar o financiamento público ao desporto daquilo que é a média dos países da União Europeia", esclareceu.

Pedro Dias falava em Ponte de Lima à margem do campeonato da Europa de maratonas, em canoagem, uma das modalidades que mais medalhas internacionais tem dado a Portugal nas últimas duas décadas e que se tem queixado persistentemente do seu subfinanciamento: está somente em 10.º no alto rendimento e em 15.º no apoio à atividade e gestão.

"É importante termos presente que todos os 16 ministros que estão à volta do Conselho de Ministros têm essa opinião, que os seus setores estão subfinanciados. Temos consciência de que há espaço e há interesse do Governo de melhorar e esse é um dos aspetos que está referenciado no programa, aproximar o financiamento do desporto daquilo que é a média da União Europeia. Este é um objetivo do país para se realizar durante a legislatura", reforçou Pedro Dias.

O governante desvalorizou a mudança de tutela do desporto, anteriormente sob a alçada dos Assuntos Parlamentares e agora no Ministério da Cultura, Juventude e Desporto, garantindo que a filosofia e orientações são idênticas às do executivo anterior.

"É um ministério que tem três áreas importantes e, como tem sido referido, está a seguir neste momento aquilo que é uma orientação também da União Europeia a 27, onde estas três áreas têm estado juntas em termos daquilo que é a análise das necessidades, a caracterização e o desenvolvimento", precisou.

Assegurou estar "bem alinhado" com a tutela de Margarida Balseiro Lopes num executivo com "um conjunto de objetivos que estão definidos".

Questionado sobre a aspiração do desporto em beneficiar do mesmo IVA do setor da cultura, o primeiro taxado a 23% e o segundo a 6%, Pedro Dias preferiu destacar o "plano de desenvolvimento a três ciclos olímpicos", de 12 anos, elaborado pelos vários agentes representativos do setor.

"[O plano] Está a ser ultimado e vai ser apresentado brevemente, com todas essas questões. Como sabem, o movimento associativo participou ativamente na elaboração e na construção desse plano de desenvolvimento. E vamos ter espaço para encontrar soluções", concluiu.

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