Nesta quinta-feira, Portugal amanheceu com a notícia das mortes de Diogo Jota, internacional português e atleta do Liverpool, e o irmão André Silva, que jogava o Penafiel desde 2023, vítimas de um acidente de viação em Zamora, no noroeste de Espanha. Os futebolistas receberam homenagens de clubes, companheiros de profissão e políticos.
No passado, outros jogadores também tiveram as vidas e carreiras interrompidas precocemente devido a acidentes rodoviários. A Tribuna Expresso relembra algumas destas histórias.
Rui Filipe
Médio multicampeão pelo FC Porto, Rui FIlipe nasceu a 8 de março de 1968, iniciou a sua carreira pelo Gil Vicente na época 1986/87. Participou em 29 jogos e marcou cinco golos no seu primeiro ano como profissional. Nas épocas seguintes, passou pelo SC Espinho e voltou ao Gil Vicente antes de se tornar um nome conhecido no FC Porto a partir de 1991/92.
O acidente que culminou na morte do atleta aconteceu poucos anos depois, em 1994. No dia 28 de agosto, o médio de 26 anos à época voltava das celebrações de aniversário do irmão às 6h30, quando tentou ultrapassar o carro da frente, onde seguiam amigos do futebolista, e perdeu o controle do automóvel. Ao chegarem ao local, os bombeiros encontraram os passageiros com diversos ferimentos, mas o condutor estava sem vida.
Pelo FC Porto, Rui Filipe venceu a I Liga em três ocasiões, além de conquistar uma Taça de Portugal e três Supertaças. "Tínhamos uma relação muito forte. O Rui Filipe era uma pessoa que amávamos. Alguém de grande humildade, amigo, era um lutador", afirmou Vítor Baía, citado pelo ZeroZero.
Zé Beto
José Alberto Teixeira Ferreirinha, conhecido como Zé Beto, foi guarda-redes do FC Porto entre 1978 e 1990, com breve passagem pelo Beira-Mar em 1979/80. Em mais de 200 jogos, o atleta conquistou títulos como uma Taça dos Campeões Europeus (1986/87), uma Intercontinental (1987) e quatro campeonatos nacionais.
A morte de Zé Beto ocorreu em 1990 na A1, próximo a Santa Maria da Feira. Na ocasião, o automóvel despistou-se em alta velocidade e o condutor não sobreviveu ao acidente. Os passageiros, por outro lado, tiveram ferimentos ligeiros.
José António Reyes
Atleta com passagens por grandes emblemas europeus, como Arsenal, Real Madrid e Benfica, foi em Sevilha que José António Reyes viveu os principais anos de sua carreira. Pela equipa espanhola, o central esteve no relvado em mais de 250 jogos, marcando 40 golos e conquistando a Europa League três vezes.
Considerando também os anos em que esteve ao serviço do Atlético de Madrid, Reyes totaliza cinco títulos da competição continental, sendo o principal vencedor da história do torneio. Em Portugal, o futebolista defendeu as cores do Benfica em 2008/09, e conquistou uma Taça da Liga.
A morte do extremo aconteceu em 2019, na região de Sevilha. Reyes despistou-se e o carro pegou fogo de imediato.
Dener
Jovem avançado revelado pela Portuguesa de Desportos, clube fundado por imigrantes portugueses em São Paulo em 1920, Dener era considerado o futuro do futebol brasileiro no início dos anos 90. O jogador surgiu como uma grande promessa ao liderar a Portuguesa no título da Copa São Paulo de Futebol Júnior, principal campeonato Sub-20 do Brasil, em 1990.
Nos anos seguintes, Dener passou pelo Grêmio e o Vasco, conquistando um campeonato estadual em cada clube (gaúcho e carioca, respetivamente). No total, foram 167 jogos e 29 golos ao longo de uma curta carreira.
Em 1994, com 23 anos, o avançado morreu após o carro, conduzido por um amigo que adormeceu ao volante, ter colidido com uma árvore no Rio de Janeiro. Dener, morreu asfixiado pelo cinto de segurança.
Pedro Lavoura
Pedro Lavoura era avançado do SC Braga no final do século passado. Antes de representar este emblema, passou pelo AR Aguiarense (1993/94), Anadia FC (1992-1995) e Académica (1995-1999). Ao longo de sua carreira, o atleta fez 136 jogos e marcou dez golos.
No dia 13 de agosto de 2000, o jogador, na época com 26 anos, sofreu um acidente à entrada de Oliveira do Bairro, na Estrada Nacional nº 235. Além dele, outras duas pessoas presentes no veículo também morreram.
Sandro Luís
Em 2005, Sandro Luís, na época atleta do Boavista, foi quem sofreu ferimentos mais graves após um acidente na A4 num carro conduzido por José Bosingwa, na época jogador do FC Porto. Sandro precisou de amputar o pé direito, enquanto os outros passageiros sofreram lesões mais ligeiras.
Texto escrito por João Sundfeld e editado por Lídia Paralta Gomes.