Catarina Costa é a primeira judoca portuguesa a entrar em ação nos Mundiais de Budapeste que começam sexta-feira, enquanto os dois medalhados olímpicos que fazem parte da comitiva de sete atletas, Patrícia Sampaio e Jorge Fonseca, encerram a prestação nacional na próxima quarta-feira.

A judoca da Académica de Coimbra, oitava cabeça de série e 12.ª do ranking mundial de -48 kg, vai pisar, amanhã, o tatami na segunda eliminatória frente à vencedora do combate entre a espanhola Eva Perez Soler (23.ª) e a húngara Szabina Szelecki (81.ª).

Catarina Costa, vice-campeã europeia do peso mais leve feminino, já derrotou Perez Soler, mas nunca combateu com Szelecki.

Resolvida a questão da suspensão temporária da Federação Portuguesa de Judo devido a uma divida de 800 mil euros, a participação portuguesa nos Mundiais de Budapeste será feita na normalidade, sob bandeira lusa, estando afastada a hipótese que esteve em cima da mesa da Seleção ter de competir com estatuto semelhante ao dos refugiados.

É, porém, sobre Patrícia Sampaio, campeã europeia em título e primeira cabeça de série, que recaem as maiores expetativas. A judoca vai estrear-se nos Mundiais de Budapeste frente à croata Petrunjela Pavic (36.ª), de acordo com o sorteio realizado hoje.

Ainda assim, há três anos que Portugal não sobe ao pódio no Mundial, o que aconteceu em 2022, em Tashkent, no Uzbequistão quando Bárbara Timo conquistou a medalha de bronze em -63 kg, categoria que, entretanto, deixou, para regressar aos -70 kg, peso em que foi vice-campeã mundial (2019).

Com 33 judocas inscritas na categoria de -78 kg, Patrícia Sampaio é a favorita ao título, juntamente com a campeã olímpica, a italiana Alice Bellandi (segunda cabeça de série), a vice-campeã olímpica, a israelita Inbar Lanir (terceira), e a alemã Anna Monta-Olek, que Sampaio venceu na final dos Europeus de Podgorica, em abril.

Da seleção portuguesa, que compete a partir de sexta-feira (com Catarina Costa) em Budapeste, a 'fava' do sorteio saiu aos judocas Otari Kvantidze (-73 kg) e João Fernando (-81 kg), especialmente ao primeiro.

Oto, como é conhecido na seleção, terá no domingo pela frente o melhor judoca do mundo em -73 kg, o azeri Hidayat Heydarov, duplo campeão olímpico e mundial em título, com quem lutou uma única vez, nos Europeus de 2024, e perdeu.

João Fernando (-81 kg) encontrará na László Papp Arena um veterano do circuito (36 anos) e distante do fulgor de outros tempos, mas que está a lutar em casa, com Attila Ungvari a ser um oponente a ter em conta.

O judoca que sair deste combate não terá descanso na segunda ronda, correspondente aos 16/avos de final, na qual terá pela frente o bronze olímpico e mundial Somon Makhmadbekov (segundo cabeça de série), judoca do Tajiquistão.

Entre os restantes lusos, o bicampeão mundial Jorge Fonseca (2019 e 2021), em fase de menor rendimento, teve um início de sorteio que poderá ser favorável, diante do francês Khuslen Munkhuu (307.º, que compete pela seleção de refugiados da Federação Internacional (FIJ), bem como Miguel Gago (-66 kg), que se estreará diante do norte-americano Ari Berliner, enquanto Taís Pina (-70 kg) terá de aguardar na terça-feira pelo desfecho do combate entre a neerlandesa Margit De Voogd (14.ª) e a austríaca Elena Dengg (43.ª).

Os Mundiais de Budapeste decorrem entre sexta-feira e 20 de junho, na Lazló Papp Arena, e contam com 556 judocas (294 masculinos e 262 femininos), de 93 países.

Há 30 anos, em Chiba, no Japão, a antiga judoca Filipa Cavalleri (-56 kg) conquistou a primeira medalha portuguesa em Mundiais (bonze, em -56 kg) e até hoje Portugal contabiliza 14 medalhas em Mundiais, em que o ouro de Fonseca foi o expoente máximo. Portugal conta também com cinco vice-títulos, um de Timo e quatro da já retirada Telma Monteiro, ex-judoca que tem ainda uma medalha de bronze.