O SC Braga encerrou a época com um empate diante do Benfica (1-1), ficando no quarto lugar do campeonato. No rescaldo desta partida, Carlos Carvalhal, treinador dos minhotos, analisou a época e parabenizou o campeão, Sporting.

Gverreiros fazem frente aos grandes: «Desde janeiro ganhámos na luz, vencemos o Porto, empatamos em Alvalade e conseguimos, num jogo ótimo, empatar agora com o Benfica. Sentia que podíamos, mesmo com dez, ter ganho. Fica, fundamentalmente, uma tarde à SC Braga. Quando uso esta expressão refiro-me à equipa dar o máximo. Fizemos um jogo de qualidade. Os adeptos apoiaram e vibraram do início ao fim. É assim que classifico as noites à SC Braga. É um bom mote para o futuro. É com isto que temos de trabalhar. Apoio, carinho e dentro de campo temos de fazer tudo para vencer. Preparamos o futuro para os jovens. Hoje jogaram quatro de início. Patrão, Hornicek, Roger e Chissumba. As bases estão lançadas para o clube poder chegar mais acima.

Análise à época: «Fizemos, obviamente, a nossa análise. Eu só aceitei o convite, face à primeira parte da época, devido ao meu amor ao SC Braga e pelo apreço ao presidente. Foi um risco tremendo. Dois dias depois jogamos contra o Servette, para continuar na Europa. Sabia ser um desafio díficil. Tentámos levar o barco a bom porto. Entramos na Liga Europa, fomos à final four da Taça da Liga... fomos eliminados pelo Benfica, tal como na Taça. A partir de janeiro, fizemos uma reformulação na equipa, claro com ajuda do presidente António Salvador. Passamos a jogar uma vez por semana, os treinos foram mais produtivos e a segunda parte da época foi melhor. Respeitámos o ADN do SC Braga, com futebol positivo. Aquele futebol que aprendi com o Carlos Batista, quando tinha 15/16 anos. Não vou dizer que não fica o sabor amargo por não chegar ao terceiro lugar, mas sentimo-nos orgulhosos pelo trabalho.

Vitória do Sporting: «Parabéns ao Sporting e, também, ao árbitro auxiliar que terminou a carreira. E ainda ao Nuno Manso, que também foi o último jogo. Ainda assim, a equipa técnica do Bruno Lage é muito competente. Parabéns ao Bruno e ao Benfica por lutarem até ao fim.

Visão sobre o futebol: «Quando tens uma ideia do que queres para o clube, da linha de orientação, se estás conectado para seguir essa linha... claro que há percalços. Quando não há fio condutor, vives o momento. Andamos um pouco assim em Portugal. O treinador com bons resultados é o melhor do mundo, o que perde não presta. É uma visão redutora e temos de ver para além da espuma. No ano em que subi no Vitória FC fui contestado em dezembro e ainda subi. Há sempre momentos em que não estamos bem. Em 2022 as coisas não corriam bem, fiquei até ao final e ainda chegámos ao quartos da Liga Europa. Entendo necessidades de mudança, mas há que seguir uma orientação. Aqui muda-se de treinador de três ou quatro vezes por época.