
Nasceu no Porto, começou a dar os primeiros pontapés na bola no emblema azul e branco – antes disso contava com passagens por Canidelo e Vilanovense, ambos em futebol de 7 -, mas o processo de formação não terminaria sem que representasse Paços de Ferreira e Vitória de Guimarães.
Falamos de Gonçalo Tabuaço, guarda-redes que fez depois carreira no Portimonense, Beira-Mar, Leixões, Estrela da Amadora, B SAD e Lugo (Espanha), rumando, no início desta temporada, a uma nova aventura na carreira: aterrou no Funchal e passou a vestir a camisola do Marítimo.
E, aos 24 anos, o keeper parece estar de volta aos bons velhos tempos. Porque o voo para a Ilha permitiu-lhe reencontrar-se com as boas exibições, dado a que também não está alheio outro facto, este do foro pessoal: foi pai recentemente e isso permitiu-lhe alcançar um nível de estabilidade emocional que também o ajuda no desempenho da sua atividade profissional. É juntar o útil ao agradável. O melhor de dois mundos, portanto.
A carreira do Marítimo em 2024/2025 não foi propriamente a melhor – o emblema madeirense até era tido como um dos mais sérios candidatos à subida de divisão e à entrada para a 34.ª e última jornada da Liga 2 está no 11.º lugar da tabela classificativa, com 43 pontos, sendo que o melhor que pode aspirar é a terminar no 9.º posto -, mas a verdade é que nem isso ofuscou as exibições de grande nível que o camisola 99 foi realizando ao longo da época.
O antigo internacional sub-21 português (também tinha representado a equipa das Quinas nos sub-17 e nos sub-18) contabiliza 30 jogos ao serviço dos insulares, sempre como titular, tendo mantido a sua baliza inviolada em oito ocasiões.
Com uma agilidade acima da média entre os postes, é também astuto na hora de sair aos cruzamentos, isto sem esquecer a constante atenção que demonstra quando tem de jogar fora da sua área para controlar a profundidade no momento das transições ofensivas dos adversários.
A transferência para o Marítimo – proveniente dos espanhóis do Lugo, clube que mantem 30 por cento dos direitos económicos do jogador – foi, portanto, uma ótima decisão de Gonçalo e na Madeira passou a haver Tabua(ço) de salvação.
O guarda-redes tem contrato com os verde-rubros até 2027, mas o futuro pode passar por outras paragens. Porque Gonçalo Tabuaço tem tudo para pisar outros palcos num futuro próximo e promete estar bem a tempo de vir a ser um caso sério no futebol português.
António Eirô. O transmontano dividiu a sua formação por Vila Real, FC Porto e Boavista, tendo rumado ao SC Braga na época 2021/2022, para representar a formação de sub-23 dos guerreiros. As suas prestações valeram-lhe o salto para a equipa B, ao serviço do qual esteve duas temporadas, antes de rumar a Felgueiras. Leva 24 partidas (e uma assistência), mas, e acima tudo, vai somando exibições de alto nível na ala direita, com um extraordinário sentido posicional na hora de defender (no corredor ou a fechar por dentro) e com uma não menos vistosa audácia ofensiva. Está com 24 anos e numa altura ótima para dar um salto ainda maior.
Antunes. Tem 38 anos? Ou 18? Porque quem o vê correr do início ao fim de cada jogo não dirá, com toda a certeza, que está à beira da ternura dos 40. Construiu uma carreira que dispensa apresentações, com títulos nacionais e internacionais, podendo orgulhar-se de ter sido 13 vezes internacional A português (um golo). É um símbolo eterno da Mata Real e no que dele depender o Paços de Ferreira ficará nos campeonatos profissionais. A braçadeira assenta-lhe que nem uma luva e não há colega que possa dele não ter as melhores referências. Um exemplo de longevidade, profissionalismo e competência.
Lucho Vega. O facto de ter escola no poderoso River Plate já é um inegável cartão de visita. O médio-ofensivo argentino chegou ao futebol luso pela porta do Estoril (2019/2020), contabilizando, depois, uma passagem pelos espanhóis do Alcorcón. Regressou à Amoreira, vestiu depois as camisolas de Marítimo e Covilhã, e está há duas épocas no UD Leiria. Na temporada passada explodiu (30 jogos, cinco golos e seis assistências) e na presente campanha só uma grave lesão o impediu de continuar a brilhar. Mas reapareceu para dançar o tango nas últimas jornadas e aos 25 anos ainda tem muito para dar.