
Com uma exibição oscilante e momentos de algum cinzentismo, o FC Porto fechou o pano do campeonato 2024/2025 com uma vitória expressiva sobre o Nacional da Madeira, permitindo a Martín Anselmi um ciclo inédito de três triunfos consecutivas desde que substituiu Vítor Bruno em janeiro.
O golo madrugador (45 segundos) apontado por Francisco Moura, após uma assistência primorosa do regressado Martim Fernandes, poderia ter dado tranquilidade aos dragões, mas mais um penálti caricato, protagonizado por Fábio Vieira que tocou em João Aurélio na grande área portista, fez renascer o fantasma de uma época de sobressalto. Valeu, na circunstância, o gigante Diogo Costa, que negou o golo da marca dos 11 metros a Joel Tagueu, mas o Nacional da Madeira poderia ainda ter empatado em duas outras situações na primeira metade, face aos remates com selo de golo de Leo Santos e Paulinho Bóia, mas o guardião dos azuis e brancos voltou a brilhar entre os postes.
A equipa de Martín Anselmi entrou bem na partida, com um futebol pressionante, alegre e prometedor, mas a grande penalidade acabou por mudar o condão do jogo, com o resultado ao intervalo a ser lisonjeiro para as hostes portistas. A defesa portista ficou demasiado exposta quando os médios e os avançados perdiam a bola, deixando espaços entre linhas para que os avançados do conjunto madeirense explorassem aquele que foi sempre a grande pecha na matriz de jogo de Martín Anselmi.
Sem controlo de bola e muitos assobios
O encontro foi, na prática, o espelho de uma época incipiente dos dragões, com desempenhos muito aquém do esperado e com os jogadores, uma vez mais, a mostrarem algum desconforto na matriz de jogo preconizada por Martín Anselmi. Os adeptos no Dragão mostraram o seu descontentamento pela forma como o Nacional conseguia jogar a seu bel-prazer, chegando com relativa facilidade ao último terço de terreno dos azuis e brancos. Os assobios foram audíveis várias vezes, deixando os jogadores portistas pressionados, mas foi um pontapé de Fábio Vieira à barra que trouxe de novo o dragão à vida. Samu, lançado em profundidade, foi travado à margem das leis por Zé Vítor e o espanhol não perdoou a grande penalidade, dando uma outra serenidade à formação azul e branca, que passou a jogar com mais uma unidade, já que o central dos madeirenses foi expulso por acumulação de cartões amarelos.
Rodrigo Mora fechou a contagem, mas sente-se que o FC Porto necessita de férias, mas há que ter a noção que os dragões ainda têm de participar no Mundial de Clubes e precisam de dar uma imagem bem diferente daquela que deixou no Estádio do Dragão diante do Nacional da Madeira. O resultado, na verdade, é penalizador para o que o conjunto de Tiago Margarido produziu na cidade Invicta, mormente no primeiro período, altura em que Diogo Costa mostrou o porquê de estar no lote dos melhores do Mundo. Martim Anselmi tem obrigatoriamente de refletir sobre o que pretende para o futuro imediato do FC Porto, pois a equipa continua sem dar provas de crescimento no seu processo de jogo e isso não deixa de ser preocupante. A forma como a defesa fica exposta é gritante e, não fosse Diogo Costa, seguramente os azuis brancos teriam acabado o campeonato em agonia. Valeu o resultado...