Joan Mir: Da Glória à Garra — A Estrela da Honda HRC Fala sem Filtros!

Numa entrevista sincera e reveladora durante o Grande Prémio da Áustria, no Red Bull Ring, Joan Mir, o prestigiado piloto da Honda HRC, abriu o coração sobre a sua atribulada trajetória desde a conquista do título mundial em 2020 com a Suzuki. Conhecido pela sua resiliência, Mir expôs os contrastes gritantes entre os triunfos do passado e os desafios atuais ao serviço da marca da asa dourada.

As suas reflexões revelam uma determinação feroz em recuperar a competitividade. “Não é fácil gerir as corridas”, confessou, reconhecendo a árdua batalha para reencontrar o ritmo que outrora parecia natural. “O objetivo é estar na frente desde o início, e recuso-me a carregar o peso das desilusões do passado.” Desde a sua chegada à Honda em 2023, Mir enfrentou inúmeros obstáculos, mas as suas aspirações mantêm-se intactas. Sonha em travar duelos diretos com as várias Ducati, tal como acontecia nas memoráveis lutas de Aragón.

A realidade, porém, tem sido dura. Mir admitiu que 2023 foi um verdadeiro choque, “o ano mais difícil da carreira”. Uma dura aprendizagem que contrastou com o auge de 2020 ao serviço da Suzuki. “Se a Suzuki ainda estivesse presente, tenho a certeza de que a segunda metade de 2022 teria sido muito melhor”, refletiu. A mudança para a Honda foi ponderada, mas os desafios colocaram à prova a sua determinação. “Espero inverter esta situação e devolver a Honda ao lugar que merece no desporto”, afirmou com convicção.

A jornada de Mir é o reflexo cru das realidades do MotoGP, onde muitas vezes é a máquina que dita os resultados. “Podes estar motivado e no controlo, mas se a moto não corresponde, nada feito”, explicou, sublinhando o foco no que está ao seu alcance e a sua dedicação em fornecer feedback para melhorar o desempenho da RC213V. “Tenho investido muito nisto, e embora me esteja a custar anos preciosos, acredito que a recompensa chegará.”

Com a temporada de 2023 a avançar, a pressão aumenta. Com rumores de movimentações de mercado já a apontar para 2026, Mir encontra-se numa encruzilhada. “Não me surpreende que outros pilotos olhem para a Honda”, admitiu. “É a melhor fábrica do mundo, e apesar das dificuldades atuais, acredito que estamos perto de dar a volta por cima.”

A sua franqueza estendeu-se também ao estilo de pilotagem, reconhecendo que muitas quedas se devem ao excesso de ímpeto. “Caí várias vezes por tentar forçar o top 5”, revelou, acrescentando que alterou a mentalidade nas últimas corridas. “Em Aragón percebi que terminar a corrida era mais importante do que perseguir outros pilotos.” Esta mudança de atitude poderá ser determinante para redefinir o rumo da sua temporada.

Questionado sobre o que falta à Honda para voltar a ser competitiva, Mir foi pragmático. “Estamos perto de recuperar a Honda de antigamente, mas é difícil apontar prazos”, comentou. “A moto está a melhorar e trabalhamos cada vez melhor em conjunto. Falta apenas um passo para resolvermos algumas questões que ainda persistem.”

A história de Joan Mir é de resiliência e transformação — a de um atleta apanhado no turbilhão das expectativas, da ambição e da busca incessante pela excelência. À medida que avança na temporada, fica no ar a grande questão: conseguirão Mir e a Honda renascer das cinzas? A resposta estará nas curvas e contracurvas das próximas corridas, onde cada segundo é vital e cada decisão pode mudar tudo.