O Presidente da República destaca que vivemos numa democracia e não queremos voltar a viver em ditadura. É a reação de Marcelo Rebelo de Sousa ao ataque ao ator Adérito Lopes por membros de extrema-direita, na terça-feira à noite, antes de uma peça de teatro.

Numa nota publicada no site da Presidência da República, adianta que falou com a atriz Maria do Céu Guerra, a quem "transmitiu solidariedade" a toda a companhia e atores.

Marcelo Rebelo de Sousa destaca que em democracia "há e tem de haver liberdade de pensar e exprimir o pensamento de forma plural e sem censuras".

"Essa liberdade e esse pluralismo não podem ser calados, nem sovados, por quem discorda", escreve.

O chefe de Estado realça ainda que "vivemos em democracia e não queremos voltar a viver em ditadura".

O ator Adérito Lopes foi agredido - com um soco no olho, provavelmente com uma soqueira ou com anéis. Ficou com rasgões na cara e teve de levar pontos.

Suspeito das agressões faz parte do grupo extremista "Portugueses Primeiro"

O suspeito das agressões faria parte de um grupo extremista intitulado "Portugueses Primeiro".

À SIC, fonte ligada à investigação garante que o suspeito de 20 anos está há muito referenciado pelos serviços de informações.

Fundada há 10 anos, a associação "Portugueses Primeiro" diz ser um grupo identitário e etnonacionalista. Apesar de serem poucos membros, permanecem ativos nas redes sociais, onde difundem mensagens contra a imigração.

O movimento é liderado por João Martins, que já foi condenado a 17 anos de cadeia pelo homicídio de Alcindo Monteiro, precisamente num feriado do 10 de Junho.

Surgiram novas imagens que documentam o ataque. Foram registadas já depois das agressões que ocorreram em frente ao teatro e mostram os agressores a caminhar no passeio depois dos insultos e da agressão.

Adérito Lopes é um dos atores da peça "Amor é um fogo que arde sem se ver", dedicada a Luís de Camões.

O ataque aconteceu quando faltava cerca de uma hora para o início do espetáculo marcado para as 21:00.