Tem 53 anos, mais de 25 de carreira, quatro filhos no currículo e define-se como um líder focado na superação, “seja para atingir objetivos ou para aprender mais”. Uma inquietude permanente e um desconforto que ajudaram Vasco Mendes de Almeida, o atual CEO da Indra Portugal, a percorrer um caminho de progressão até ao topo na empresa onde se fez profissional.

Formado em Engenharia Eletrotécnica pelo Instituto Superior Técnico, com formação complementar em Gestão, Vasco Mendes de Almeida chegou ao grupo Indra em 2005, depois de uma passagem pela consultoria, na Getronics. Ao longo das últimas duas décadas assumiu vários cargos de gestão nas áreas de desenvolvimento de negócio e estratégia na empresa espanhola que atua, entre outras áreas, no setor da defesa. A Indra não produz armamento, mas atua como um integrador de soluções tecnológicas diversas - como inteligência artificial, comunicações seguras ou sensores e simuladores avançados - aplicados à defesa e de gestão desafiante.

Vasco Mendes de Almeida, CEO da Indra Portugal
Vasco Mendes de Almeida, CEO da Indra Portugal Nuno Fox

Vasco Mendes de Almeida chegou à liderança do Grupo Indra em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa (PALOP) em 2024, num contexto particularmente desafiante para a Europa e para o mundo. “Em matéria de defesa, fomos vivendo no status quo que o mundo tinha, achando que ele era imutável. Percebemos que não era”, aponta.

Vasco reconhece os desafios de liderar um negócio num setor altamente regulado e onde as decisões não se tomam céleres. Sob a situação do país no que ao investimento em defesa diz respeito, nota: “não digo que Portugal esteja atrasado, mas tem agora, claramente, de ganhar velocidade”.
Reconhecido como um líder que privilegia a proximidade com as suas equipas, destaca que a disponibilidade para o uvir as pessoas “é mais do que apenas ter uma porta aberta para receber quem tenha algo a dizer, é ter uma atitude proativa de querer ouvir, de querer saber, de querer conhecer”.
Uma das suas batalhas é a da ‘despenalização’ do erro e do insucesso. É preciso retirar-lhe o peso que tem. “Temos um receio do erro que é bloqueador. Posso errar, tenho é de corrigir rápido e aprender com isso”. Outra é a preparação permanente da sucessão. Treinar sucessores é obrigação do líder e, vinca, “não é um ato altruísta. Na verdade, até pode ter algum egoísmo ou ambição. Se eu tiver uma sucessão estruturada e surgir um desafio, eu serei elegível para ele e a minha saída não será bloqueada por não existir ninguém para o meu lugar”.

Cátia Mateus podcast O CEO é o limite
Cátia Mateus podcast O CEO é o limite SIC Notícias

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: