Os empréstimos a particulares (habitação e consumo) e empresas continuam a crescer. Segundo dados do Banco de Portugal, "em maio, os empréstimos para habitação continuaram a acelerar: cresceram 6,8% em relação ao mês homólogo, a maior taxa de variação anual desde agosto de 2008".

Também os empréstimos a empresas cresceram em maio 2,7%, a maior taxa de variação desde junho de 2022, e o crédito ao consumo também revela a mesma tendência, crescendo em maio 7,1% face a abril.

"Os depósitos de particulares aumentaram 5,6% em maio, desacelerando, em termos anuais, pelo sétimo mês consecutivo", revela o Banco de Portugal na nota sobre evolução de empréstimos e depósitos esta segunda-feira divulgada.

A nota do Banco de Portugal sublinha que "a evolução dos empréstimos e dos depósitos é medida pela taxa de variação anual, calculada apenas com base no montante das transações (concessão e amortização/reembolso de empréstimos e depósitos), desconsiderando outros efeitos (por exemplo, cambiais)".

Os empréstimos para habitação ascenderam a 106,1 mil milhões de euros no final de maio, o que traduziu um aumento de 960 milhões de euros relativamente a abril. Face a abril, "manteve-se a trajetória de aceleração com um crescimento de 6,8%, o mais elevado desde agosto de 2008".

Já o montante de empréstimos ao consumo e outros fins aumentou 222 milhões de euros relativamente a abril, totalizando 31,2 mil milhões de euros, o que traduz um crescimento face a maio de 2024 de 7,1%. A mesma taxa de variação anual foi observada nos empréstimos para consumo e nos empréstimos para outros fins.

Dentro dos empréstimos para consumo e outros fins, no final de maio, "o stock de crédito pessoal totalizava 12,9 mil milhões de euros, mais 74 milhões do que em abril, correspondendo a um crescimento de 7,3% relativamente ao mês homólogo (7,4% em abril)". Já o crédito automóvel ascendeu a 8,7 mil milhões de euros, mais 80 milhões de euros do que em abril, "e apresentou uma taxa de variação anual de 10,1%, idêntica à do mês anterior".

Por último, "os cartões de crédito atingiram 3,2 mil milhões de euros, mais 6 milhões de euros do que em abril, e registaram uma taxa de variação anual de 7,5% (7,7% em abril)".

Crédito a empresas cresce em todos os setores, menos nas indústrias e eletricidade

Nas empresas "o stock de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas totalizava 73,1 mil milhões de euros no final de maio de 2025, mais 617 milhões do que no final de abril", o que representou um crescimento de 2,7% face a maio do ano passado e foi "o mais elevado desde junho de 2022".

No segmento empresas, as "microempresas, as pequenas empresas e as grandes empresas mantiveram taxas de variação anual positivas (11,3%, 1,6% e 0,4% respetivamente)", mas "as médias empresas continuaram a ter uma taxa negativa de 2,8%".

E ainda segundo os dados do Banco de Portugal o crescimento foi transversal a todos os setores com destaque para "o comércio, transportes e alojamento, no qual a taxa de variação anual passou de 0,3%,em abril, para 1,8%, devido sobretudo aos crescimentos de 2,5% no crédito concedido às empresas de alojamento e restauração e de 2,3% no comércio". Já na "construção e atividades imobiliárias, o crédito acelerou de 5,3% para 6,3%", e nas indústrias e eletricidade, "ainda que a taxa de variação anual se tenha mantido negativa, cresceu de -0,7% para -0,1%".

Portugueses deixam menos dinheiros em depósitos e mais nos certificados de aforro

O stock de depósitos de particulares nos bancos residentes totalizava 194,1 mil milhões de euros, mais 946 milhões de euros do que em abril, no final de maio. O Banco de Portugal explica que "esta variação resultou do aumento, de 608 milhões de euros, das responsabilidades à vista (sobretudo depósitos à ordem) e do aumento, de 338 milhões de euros dos depósitos a prazo (que incluem os depósitos com prazo acordado e os depósitos com pré-aviso)".

Esta evolução traduz um crescimento de 5,6% face ao stock de maio de 2024, o que, apesar do crescimento, representa uma desaceleração pelo sétimo mês consecutivo.

"Em abril, a taxa de variação anual tinha sido de 5,7%". O que tem uma explicação, já que a desaceleração nos depósitos, que se observa desde novembro de 2024, coincide com "o aumento verificado nos últimos meses nas subscrições líquidas de certificados de aforro".

Também o stock de depósitos das empresas nos bancos residentes caiu ligeiramente: "totalizava, no final de maio, 70,6 mil milhões de euros, mais 444 milhões de euros do que no final de abril de 2025", o que representou um aumento de 7,1% (face a maio de 2024), inferior ao registado em abril (7,6%), mas mantendo-se acima da média da área do euro".