Segundo o inquérito apresentado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), no âmbito de um evento da campanha presidencial "Menos Álcool, Mais Vida", durante a pandemia 21% da população cabo-verdiana diminuiu a frequência e quantidade de consumo de bebidas alcoólicas, sendo maior nos homens (23,9%), contra 15,5% nas mulheres.

Por outro lado, 71,1% disse que não alterou o seu hábito de consumo de bebidas alcoólicas com a pandemia de covid-19, em que a percentagem é maior nas mulheres (79,5%) do que nos homens (66,8%).

Ainda de acordo com o estudo, 5,4% da população inquirida afirmou que aumentou a frequência e quantidade do consumo, contra 1,8% que disse mesmo que parou com esse hábito.

A nível familiar, o estudo concluiu que 55,4% das famílias cabo-verdianas disse que manteve o consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia, 28,6% reduziu e 13,2% aumentou.

O inquérito, apresentado por Ulisses da Cruz, técnico do INE, analisou ainda o consumo de outras substâncias psicotrópicas nesse período, tendo concluído que 5% fumou cigarros, com 8,7% nos homens e 1,2% nas mulheres, e que 6,3% deixou de fumar.

Segundo o INE, das pessoas que fumaram cigarros, 26,4% disse que consumiu bebidas alcoólicas diariamente, enquanto 8% disse que nunca ingeriu bebidas alcoólicas e 40,6% das pessoas que fuma garantiu que nunca consumiu bebidas alcoólicas durante a pandemia.

Com uma amostra de 1.700 pessoas, o inquérito foi realizado a nível nacional, entre 19 e 31 de agosto, a pessoas entre os 15 e 54 anos, por entrevistas telefónicas com auxílio de 'tablet', tendo uma margem de confiança de 95% e de erro de 7%.

O estudo foi realizado pelo INE, no âmbito da campanha "Menos Álcool, Mais Vida", criada há pouco mais de cinco anos pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, que está em fim de mandato.

O inquérito analisou ainda a campanha presidencial, concluindo que 95% da população cabo-verdiana já ouviu falar dela e que 98% concorda com os seus objetivos e propósitos.

Quanto aos seus efeitos, 82% dos que consumiam bebidas alcoólicas disse que não alterou o seu hábito, enquanto 17% reduziu o consumo, sendo que desses 9% reduziu a quantidade consumida, 4% reduziu a frequência de consumo e 4% parou mesmo de consumir bebidas alcoólicas.

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