
A UGT assinala hoje o Dia do Trabalhador com uma concentração no Jamor, recusando que a instabilidade nacional e internacional ameace o progresso social, enquanto a CGTP promete um "dia de intervenção" com iniciativas em todos os distritos.
A CGTP-IN pretende assinalar o feriado "em todos os distritos do país, com os trabalhadores e as suas reivindicações na rua", salientando o secretário-geral Tiago Oliveira que o objetivo é fazer do 1.º de Maio "um dia de luta, de intervenção e de denúncia, em que os trabalhadores venham para a rua dizer o que procuram na resposta aos seus problemas".
"Para que não levemos para casa os problemas que sentimos diariamente nas empresas, porque não é em casa que os vamos resolver, é no confronto direto em cada local de trabalho e na rua, contra as políticas que têm sido seguidas pelos governos e que não permitem aos trabalhadores encontrar perspetiva de futuro nas suas vidas", afirmou em declarações à agência Lusa.
Concretizando que em causa estão "os salários, os direitos e uma perspetiva de vida melhor", Tiago Oliveira nota que quer o Governo, quer os patrões, assumem que Portugal é "um país de baixos salários", mas enfatiza que "não basta assumir": "Porque depois quem vive com os baixos salários são os trabalhadores e esses sentem a verdadeira dimensão do problema", sustenta.
O líder da CGTP lembra que "a média salarial praticada em Portugal é 55% da média salarial da zona euro", tendo "cerca de 60% dos trabalhadores assalariados um salário bruto de menos de 1.000 euros por mês".
A central antecipa assim "um grande 1.º de Maio", após um também "grande 25 de Abril, com milhares e milhares de trabalhadores na rua, na perspetiva de uma política diferente e de um rumo diferente para o país" e com os olhos nas eleições legislativas de 18 de maio, "em que os trabalhadores terão que se pronunciar sobre aquilo que querem para o futuro do país".
Também em declarações à Lusa, o secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT) sublinhou que o atual contexto interno e externo "não altera o rumo traçado naquilo que diz respeito às questões do diálogo e da concertação social".
"Este 1.º de Maio decorre num cenário de instabilidade política e de intranquilidade internacional, mas não aceitaremos que haja mudanças que põem em causa o progresso social, nem aceitaremos a desvalorização de quem trabalha. Venha quem vier, não vamos deixar que não cumpram aqueles que foram os compromissos assumidos", garantiu Mário Mourão.
Rejeitando "a visão daqueles que visam explorar já o filão de uma eventual recessão para parar a valorização dos trabalhadores e dos rendimentos do trabalho e a convergência com os parceiros europeus", a UGT vai aproveitar o 1.º de Maio para "reafirmar que os acordos não são só para cumprir quando os tempos são favoráveis e quando se quer beneficiar das medidas previstas para as empresas".
Neste contexto, a central sindical organiza hoje "uma grande concentração de dirigentes sindicais e trabalhadores" no Centro Desportivo Nacional do Jamor, em Lisboa, que Mário Mourão espera que reúna mais de um milhar de participantes.
As comemorações no Centro Desportivo Nacional do Jamor, em Lisboa, arrancam às 10:00 com a 9.ª Corrida UGT, seguida de diversas atividades desportivas e sindicais promovidas pelos sindicatos filiados naquela central sindical. À tarde, pelas 15:00, estão agendadas as intervenções de Mário Mourão e da presidente da central sindical, Lucinda Dâmaso.