O Presidente dos Estados Unidos classificou hoje o Irão como "a força mais destrutiva" no Médio Oriente e garantiu que vai conseguir um acordo que garanta que os iranianos "nunca terão uma arma nuclear".

"Estamos a trabalhar (...) para alcançar a estabilidade e unirmo-nos contra os agentes do caos e do terror que mantiveram milhões de pessoas reféns. A maior e mais destrutiva destas forças é o Irão, que causou um sofrimento impensável na Síria, no Líbano, em Gaza, no Iémen e mais além", disse Donald Trump, numa intervenção em Riade, onde inicia uma viagem de quatro dias pelo Médio Oriente.

Apesar do tom ameaçador contra Teerão, Trump assegurou que não quer "inimigos permanentes" e mostrou-se favorável a um acordo nuclear com o Irão que garanta que esse país "nunca terá capacidade de armamento nuclear".

"Estou pronto para acabar com os conflitos do passado e formar parcerias para um mundo melhor e mais estável", disse.

De acordo com os excertos da Casa Branca, Trump deverá dizer que a preferência, enquanto Presidente dos Estados Unidos, "será sempre pela paz e pelas parcerias, sempre que estes resultados possam ser alcançados".

Hoje mesmo, horas antes de Trump aterrar em Riade, o Irão admitiu aceitar limites temporários ao nível do enriquecimento de urânio, destacando que as conversações com os Estados Unidos ainda não entraram na fase de pormenores.

No domingo, os Estados Unidos e o Irão concluíram uma quarta ronda de negociações nucleares, sem anunciar avanços significativos, mas mantendo um otimismo cauteloso em ambas as partes.

Atualmente, o Irão enriquece urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo nuclear internacional de 2015. Para uso militar, é necessário um nível de 90%.

Na segunda-feira, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, insistiu que o Irão é o único país do mundo sem armas nucleares que enriquece urânio a um nível tão elevado.

Iniciadas a 12 de abril, as rondas de negociações visam concluir um novo acordo para impedir o Irão de produzir armas nucleares - uma ambição que Teerão sempre negou, em troca do levantamento das sanções que estão a prejudicar a economia iraniana.