
"Dos 2.100 milhões de euros de dívida histórica da CP, praticamente 1.600 milhões, ou seja, três quartos desta dívida, é dívida à DGTF [Direção-Geral do Tesouro e Finanças], é dívida ao Estado", afirmou o ex-presidente do Conselho de Administração da empresa ferroviária em audição parlamentar na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, onde foi chamado para prestar esclarecimentos sobre a sua decisão de abandonar o cargo no final do passado mês de setembro, três meses antes do final do mandato.
Assim, sustentou, estes "1.600 milhões de euros não é dinheiro que vai ser dado à CP" e "não vai custar nada ao Orçamento do Estado [OE], nem ao défice ou à dívida": "Isto já é dinheiro que a CP consolida com o Estado, portanto ninguém está aqui a dar este dinheiro à CP", salientou.
O Governo prevê, no próximo ano, uma despesa excecional de 1.815 milhões de euros com a CP - Comboios de Portugal, empresa que detém uma dívida histórica superior a dois mil milhões de euros.
De acordo com o relatório que acompanha a proposta de Orçamento do Estado, o Ministério das Finanças inscreveu um valor de 1.815 milhões de euros em despesa excecional para 2022, a título de dotações de capital, para a operadora ferroviária. Em 2021, este valor era de 70 milhões de euros.
Hoje no parlamento, Nuno Freitas precisou que, além dos 1.600 milhões de euros de dívida à DGTF, há ainda "250 milhões de euros a uma entidade e 50 milhões ao Banco Europeu de Investimento".
"Quando se fala em 1.800 milhões, penso que é isto que vai ser saneado", disse.
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