"Acaba por confirmar que a Ómicron, pelo menos até agora, não é uma variante tão virulenta como foi a Alfa, a Delta. A Alfa, para Cabo Verde, foi mais virulenta", disse hoje o diretor nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, ao fazer o habitual balanço epidemiológico semanal da covid-19, destacando o menor impacto na mortalidade, apesar do forte aumento do número de casos desde dezembro.

Segundo o diretor nacional de Saúde, a taxa de letalidade global atual (mortes entre casos confirmados) é de 0,7%, quando antes de confirmada a circulação da nova variante Ómicron (03 de janeiro de 2022) em Cabo Verde era de 0,9%.

Cabo Verde conta atualmente com 2.445 casos ativos de covid-19 -- caiu para metade na última semana -- e um acumulado de 376 mortes por complicações associadas à doença, entre 54.367 casos confirmados desde março de 2020, e 51.509 considerados recuperados.

Na primeira semana do ano morreram 11 pessoas por complicações associadas à covid-19 em Cabo Verde e na semana seguinte mais 14. Essas mortes, disse, verificaram-se essencialmente entre idosos, com uma média de idades de 78 anos, com "vários problemas de saúde" e "metade não estava vacinada".

"Vamos ter sempre algum óbito, como acontece com todas as doenças, mas aqui [com a Ómicron] verificámos um impacto menor face ao que aconteceu com as outras variantes", apontou o diretor nacional de Saúde.

De acordo com o balanço feito hoje, Cabo Verde tem 75 pessoas internadas em hospitais de todo o país com covid-19, o que corresponde a 86% da taxa de capacidade hospitalar, 15 dos quais em situação grave.

No mesmo balanço, Jorge Noel Barreto referiu que 84,6% adultos já foram vacinados em Cabo Verde com pelo menos a primeira dose de uma das vacinas contra a covid-19, equivalente a 313.266 pessoas, e 71,7% com a segunda dose, o que totaliza 265.707 pessoas.

Entretanto, só na última semana foram administradas 8.628 doses de reforço a adultos, que totaliza 6,6% dos adultos, 24.579, já com a terceira dose.

Na vacinação das crianças e adolescentes, com idades de 12 a 17 anos, iniciada em dezembro, já foi administrada a primeira dose a 36.938 menores, equivalente a 62,4% da população alvo.

A covid-19 provocou 5.537.051 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante em vários países, incluindo em Portugal.

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