As três novas vítimas são de Chimoio, capital provincial de Manica, no centro de Moçambique, e morreram por afogamento, disse hoje o diretor-geral adjunto do INGC, Belé Monteiro, citado pelo canal privado STV.

"Infelizmente é a notícia triste que temos", disse, referindo que, além de mortes, houve também "extensas áreas agrícolas perdidas".

O último balanço feito pelas autoridades sobre o impacto da tempestade indicava que morreram quatro pessoas, uma na província de Sofala e três na província de Manica.

"Na quarta-feira nós falávamos de 68 famílias afetadas em Manica, mas hoje estamos a falar de cerca de 1.800 famílias", acrescentou o INGC.

Segundo Belé Monteiro, em Manica, o distrito de Gondola foi o mais afetado pelo mau tempo e várias casas de construção precária desabaram num centro de acomodação de deslocados, que fogem dos ataques armados protagonizados por um grupo dissidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), maior partido de oposição.

A tempestade, apelidada de "Chalane" e que afetou também Madagáscar, atingiu parte das províncias de Sofala e Manica, no centro de Moçambique, durante a madrugada de quarta-feira, com ventos entre 90 e 100 quilómetros por hora.

Além dos quatro óbitos, um total de 3.600 pessoas foram afetadas durante a tempestade tropical e várias residências ficaram destruídas, segundo os dados preliminares do Centro Nacional Operativo de Emergência.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois ciclones (Idai e Kenneth) que se abateram sobre Moçambique.

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