"Numa continuação dos seus ataques contra o território sírio, a ocupação israelita lançou uma flagrante agressão aérea na noite de 08 de setembro a partir do espaço aéreo no noroeste do Líbano", denunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) sírio num comunicado publicado na rede social Facebook.

Assim, o MNE sírio referiu que "a insistência da entidade ocupante israelita em atacar o território sírio e outros países da região, assim como a continuidade da sua guerra brutal contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia e os horríveis massacres e o genocídio contra os palestinianos, apenas indicam que a entidade fascista procura freneticamente uma nova escalada na região".

Damasco alertou que o Médio Oriente "está a ser empurrado" por Israel para "um abismo perigoso" que "terá consequências graves que não podem ser previstas", criticando ainda o "apoio ilimitado" que o Governo israelita recebe dos Estados Unidos e de "outros países ocidentais".

"Este apoio é o que o encoraja a continuar com os seus crimes brutais e com a sua agressão contínua, razão pela qual estes países são parceiros nesta agressão e encobrem-na, o que exige responsabilização", afirmou Damasco, antes de alertar para "o contínuo silêncio internacional em relação ao desrespeito de Israel por todas as leis e convenções internacionais e as suas violações do direito internacional".

Por esta razão, a Síria apelou à comunidade internacional para que condene estes atentados e trabalhe para "pôr fim às agressões e crimes sistemáticos de Israel".

Também referiu que a liderança israelita "deve ser responsabilizada por todos os seus crimes" e reiterou que a Síria "mantém o seu direito de defender os seus territórios e libertar as terras ocupadas através de todos os meios legítimos contemplados pelo direito internacional".

Horas antes, as autoridades sírias confirmaram 16 mortos e 36 feridos, incluindo seis em estado crítico, devido aos bombardeamentos israelitas.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) elevou o número de mortos para 18 e especificou que entre estes estavam pelo menos quatro civis, segundo um comunicado publicado no seu portal na internet.

O OSDH, com sede em Londres, disse que o alvo dos bombardeamentos foram um centro de investigação científica e várias instalações do exército sírio, sem que Israel se tenha pronunciado sobre o assunto.

Em Masyaf, existe o Centro de Investigação Científica da Síria, que já sofreu ataques no passado e é acusado de estar por trás da investigação e desenvolvimento de armas biológicas, químicas e nucleares.

O Governo do Irão condenou os bombardeamentos e negou que os alvos incluíssem uma instalação ligada a Teerão, apelando aos aliados de Israel para que deixem de fornecer armas ao país. Além disso, sublinhou que as Nações Unidas deveriam adotar "medidas mais sérias" face aos "crimes bárbaros do regime sionista".

As autoridades israelitas reconhecem geralmente os ataques na Síria, argumentando que atuam para impedir o estabelecimento de bases iranianas no país e o envio de armas para o movimento xiita libanesa Hezbollah pelas autoridades iranianas, que apoiam Damasco desde o início na guerra na Síria, em 2011.

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