
Esta foi uma das acusações que Nuno Melo, atual ministro da Defesa, fez a Pedro Nuno Santos, num comício que encheu o Mercado Municipal de Vila Nova de Famalicão e em que salientou a ideia de que a AD "é uma coligação entre dois partidos, o CDS e o PSD".
Nuno Melo, natural de Famalicão, começou por observar que este concelho do distrito de Braga é o maior exportador do Norte de Portugal e o terceiro do país -- um dado que lhe serviu a seguir para pedir aos portugueses que façam uma comparação entre "a marca" de Pedro Nuno Santos e a do executivo PSD/CDS.
"Quem não serviu para ministro não pode ser agora melhor primeiro-ministro", sustentou, antes de fazer críticas mais específicas ao atual secretário-geral do PS. Em estilo de desafio, fez um repto à plateia.
"Digam-me uma marca nítida de Pedro Nuno Santos nas políticas da habitação: Zero. Nas infraestruturas, anunciou dois aeroportos, mas no fim não construiu nenhum -- e saiu pela porta pequena", apontou.
A AD, pelo contrário, de acordo com o líder democrata-cristão, em 11 meses de governação aumentou salários e pensões, baixou impostos, pacificou 19 classes sócio profissionais, alcançou o maior superávite orçamental e a dívida pública desceu para níveis anteriores a 2009.
No plano estritamente político, Nuno Melo acusou Pedro Nuno Santos de liderar o PS "mais extremado da história da democracia portuguesa". Neste ponto, porém, teve uma "gaffe" ao falar em Iniciativa Liberal quando pretendia referir-se ao Livre.
Disse que Pedro Nuno Santos quer "dar a mão aos extremos", governando com o PCP, Bloco de Esquerda, IL [sic.] e PAN.
"É como quem diz, talvez, com a Mariana Mortágua a ministra das Finanças", acrescentou.
Para o ministro da Defesa, Pedro Nuno Santos foi mesmo "o grande teorizador dessa Geringonça que levou ao poder [em 2015] quem perdeu as eleições. Nós só governamos ganhando", contrapôs.
No primeiro discurso do comício, o presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Mário Passos, elogio os desempenhos políticos de Nuno Melo como ministro da Defesa e de Hugo Soares como líder parlamentar do PSD num ambiente hostil na Assembleia da República.
"Estivemos quase em guerra civil social. Quase todas as classes sociais estavam em protesto, os jovens não vislumbravam futuro em Portugal e havia insatisfação entre os pensionistas com reformas mais baixas. Este era o estado da arte em Portugal há um ano e Luís Montenegro formou um Governo para alterar o rumo do país", defendeu.
Com o atual primeiro-ministro, de acordo com o autarca, os professores "regressaram às salas de aula", as forças de segurança pacificaram-se e os jovens tiveram um aumento de rendimentos em resultado da descida do IRS, entre outras mudanças.
"O Luís [Montenegro] demonstrou que é possível haver uma nova forma de governação em Portugal. Tem sido vítima de ataques hediondos, mas demonstrou sempre garra e energia", acrescentou.
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