
Antes de começar uma arruada em Viseu, em que a caravana do PSD acabou por não se cruzar com a do Chega apesar da proximidade de horários e locais, Rui Rio foi questionado se "os tempos das maiorias absolutas já passaram".
O presidente do PSD voltou a admitir que esses tempos estão mais difíceis, devido à fragmentação do sistema partidário, e aproveitou para lançar uma farpa ao secretário-geral do PS, que tem defendido os benefícios da maioria absoluta do seu partido e até já disse que Marcelo Rebelo de Sousa seria uma garantia contra quaisquer abusos.
"Acho uma coisa curiosa que António Costa diga que podem confiar a maioria absoluta ao PS porque temos o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Tem mais confiança no presidente Marcelo do que em Mário Soares, Jorge Sampaio ou Cavaco Silva?", questionou.
Para Rio, "não é uma questão de Presidente da República, mas de os portugueses quererem ou não dar uma maioria absoluta".
"Aí estamos em igualdade de circunstâncias, ele quer e eu também, mas é muito difícil para seja quem for", afirmou.
Antes da arruada, o presidente do PSD foi ainda questionado se iria tentar evitar cruzar-se com o presidente do Chega, André Ventura, e remeteu essa tarefa para organização, admitindo que, se não lhe faria qualquer diferença, é desejável que as caravanas partidárias "não se cruzem".
Os dois partidos não se cruzaram - a organização ia fazendo sinaléticas com os sentidos para onde deveria avançar a caravana social-democrata - e Rio não pôde responder em pessoa a Ventura, que já disse não excluir ser vice-primeiro-ministro de um Governo do PSD em caso de votação expressiva.
"Tenho de concordar com André Ventura, porque eu fui o primeiro a pedir que fizéssemos uma campanha bem-disposta e com humor. É evidente que é uma piada", considerou.
Durante a arruada, Rui Rio esteve sempre ladeado pelo presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, e pelo cabeça de lista e deputado Hugo Carvalho, tendo também sido acompanhado pelo líder da distrital Pedro Alves e pelos dirigentes David Justino e Joaquim Sarmento.
SMA // JPS
Lusa/fim