No final da votação final global do Orçamento Suplementar, Rui Rio foi questionado sobre a proposta de revisão do regimento da Assembleia da República apresentada pelo PSD, que propõe quatro sessões anuais de perguntas ao primeiro-ministro, alternadas com quatro debates setoriais com ministros, e se existe uma concertação com o PS, que entregou um diploma com um modelo semelhante.
"Não, aquilo que há é uma visão parecida de que a forma como está não é um elemento credibilizador da Assembleia da República, não é credibilizador da função de primeiro-ministro ou da função dos deputados, em que semana sim, semana não está o primeiro-ministro no parlamento e até pode aparecer um deputado a perguntar-lhe quanto custa um quilo de batatas. Isto não é credibilizador", disse.
Rui Rio frisou que "o primeiro-ministro tem de cuidar da governação e da coordenação do Governo e estar permanentemente a ser chamado ao parlamento" prejudica esse trabalho, "sem prejuízo de ter de prestar contas" na Assembleia da República.
"Tudo isto tem de ser com equilíbrio: a mim agora dava-me jeito que passasse a ser todas as quartas ou quintas e tínhamos montado o circo montado todas as quartas ou quintas a desgastar o primeiro-ministro e o PSD a subir. Se trocarmos e daqui a uns anos eu for primeiro-ministro, deixaria de gostar nessa altura", alertou.
Rio defendeu que essa proposta visa "o interesse público e do país" e não o seu nem o do PSD, enquanto partido da oposição.
"Se olhasse só para o meu interesse enquanto líder da oposição propunha uma alteração para debates semanais, eu salvaguardava-me para não ter desgaste, fazia um por mês, e ia pondo os 79 deputados a desgastar o primeiro-ministro", disse.
"Se olhasse ao interesse do PSD como partido da oposição era o que fazia", admitiu.
SMA // JPS
Lusa/fim