
"Moscovo e Pequim partem ambos do princípio de que o desfecho da situação atual (...) não pode ser encontrado pela força e que esta solução pode e deve ser obtida exclusivamente por meios políticos e diplomáticos", declarou o conselheiro diplomático de Vladimir Putin, Iuri Uchakov, à imprensa.
"A primeira prioridade é promover o cessar-fogo e a interrupção das hostilidades. A força não é a maneira correta de resolver os diferendos internacionais", afirmou Xi Jinping no telefonema com Putin, relatou a agência estatal chinesa Xinhua.
"Ambas as partes têm abordagens idênticas", frisou Uchakov.
Vladimir Putin reiterou a sua disponibilidade para mediar o conflito entre Israel e o Irão, inimigos declarados.
"O nosso Presidente confirmou a vontade da Rússia de desenvolver esforços de mediação, se necessário. O líder chinês pronunciou-se a favor de tal mediação, considerando que esta poderia contribuir para desanuviar a situação atual", afirmou Uchakov, detalhando que a conversa telefónica entre os dois dirigentes, durou "cerca de uma hora".
No entanto, esta proposta de mediação, reiterada várias vezes desde os primeiros ataques israelitas ao Irão há quase uma semana, está longe de reunir consenso.
Donald Trump, que inicialmente se tinha declarado "aberto" à ideia de uma mediação russa entre Israel e o Irão, mudou de tom na quarta-feira, exortando Vladimir Putin a concentrar-se primeiro na Ucrânia antes de assumir o papel de intermediário no Médio Oriente.
Historicamente, a Rússia mantém boas relações com Israel, onde vive uma importante comunidade russófona. Contudo, a ofensiva russa na Ucrânia, iniciada em 2022, e a guerra em Gaza, criticada por Moscovo, fragilizaram os seus laços.
Israel lançou um ataque contra o Irão no dia 13 de junho, alegando ter informações de que Teerão se aproximava do "ponto de não retorno" para obter uma bomba atómica.
O Irão, que nega ter construído armas nucleares, ripostou com o lançamento de mísseis e drones contra várias cidades israelitas, cujas autoridades admitiram terem causado pelo menos 24 mortos.
Contudo, os números oficiais de mortos não são atualizados há vários dias em ambos os países, assim como divulgados objetivos militares atingidos.
CC // MCL
Lusa/Fim