A atualização no Portal das Transparência da declaração de interesses do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que foi notícia esta quarta-feira, continua a dar que falar. Através da rede social X, o social-democrata Hugo Carneiro informa que fez um pedido ao Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento.

"Como membro do PSD no Grupo de Trabalho do Registo de Interesses no Parlamento foi ontem [quarta-feira] aprovado a meu pedido às 14:30", divulgou o deputado, referindo-se ao pedido para que o Grupo de Trabalho pedisse à Entidade Para a Transparência (EpT) "os registos informáticos de quem acedeu, no Parlamento", ao registo de interesses do primeiro-ministro, Luis Montenegro, entre 29 e 30 de abril.

Minutos depois desta publicação, o jornal online Observador avançou com dois nomes. O deputado do PS, Pedro Delgado Alves, acedeu ao processo e, conta o Observador, partilhou informação com o deputado do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo.

Acusações durante o debate

O pedido do deputado surge depois de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, ter acusado Luis Montenegro de não ter "idoneidade para o cargo que ocupa", após o jornal Expresso ter noticiado que o primeiro-ministro entregou uma nova declaração de interesses à Entidade para a Transparência, na qual revela novos clientes da Spinumviva.

Na quarta-feira, no debate entre os dois, antes das legislativas antecipadas de 18 de maio, transmitido em simultâneo por RTP, SIC e TVI, o primeiro-ministro disse que não foi ele a tornar pública qualquer interação, dizendo ter respondido a uma solicitação que lhe foi feita.

"Contactei hoje a Entidade para a Transparência que me assegurou que não publicitou aquilo que foi a informação que eu enviei ontem e me informou que na Assembleia da República a informação que eu canalizei foi acessível e que, portanto, terá sido eventualmente essa a origem da difusão de uma informação que não tem a minha responsabilidade, até porque eu não tenho autorização para publicitar esses clientes que não estavam identificados", afirmou.

Já esta quinta-feira, o jornal Correio da Manhã noticia que dois clientes da empresa da família de Luís Montenegro ganharam mais de 90 milhões de euros em contratos com o Estado durante o atual Governo. Aos jornalistas, Montenegro disse que contratos de clientes da Spinumviva com o Estado "nunca dependeram" de si.

"Esses serviços quando foram prestados [pela Spinumviva] foram serviços muito limitados, foram dois ou três milhares de euros. Os contratos que essas empresas têm com o Estado não dependem de mim, nunca dependeram de mim e, portanto não admito a ninguém sequer essa insinuação”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, à margem das celebrações de 25 de Abril nos jardins do palacete de São Bento.

Também questionado sobre a razão que o levou a apresentar uma nova declaração de interesses, o líder da AD reiterou que se limitou a cumprir as exigências da Entidade para a Transparência, apesar de considerar que não tinha obrigação de o fazer.

Com LUSA

[Notícia atualizada às 15:49]