A intervenção de encerramento do debate da proposta de Orçamento do Estado para 2021 coube, não ao presidente do partido, Rui Rio, nem ao líder da bancada, Adão Silva, mas à vice-presidente Isaura Morais, que reiterou a crítica de que o orçamento saiu da especialidade "pior" do que tinha entrado nesta fase e reiterou o voto contra do partido "ainda mais convicto".

"A versão que daqui a pouco vamos votar é uma derrota do PS e uma clara vitória do PCP, que conseguiu colocar o Governo de joelhos, ao impor tudo o que lhe apeteceu", considerou Isaura Morais.

A dirigente social-democrata incluiu nestas cedências, não só "o total condicionamento do Orçamento do Estado, como a realização do Congresso do PCP este fim de semana, durante o estado de emergência, e "mais compromissos políticos, para lá do próprio documento".

"Está o governo capaz de apresentar a esta câmara uma estimativa dos custos diversos, tanto no curto como no longo prazo, que as cedências ao Partido Comunista e aos outros aliados circunstanciais arrastaram?", questionou, estimando que serão "centenas de milhões de euros de despesa" a mais.

A deputada e ex-presidente da Câmara Municipal de Rio Maior vaticinou que o "ruir de uma maioria de apoio" mais alargadao ao Orçamento anuncia "o fim do seu prazo de validade".

"Neste orçamento, o Governo esteve mais só, com uma base de apoio cada vez mais 'poucochinha' e, por isso, mais dependente dos que ainda sobram, ou seja, basicamente do Partido Comunista, a que se juntaram o PAN e as deputadas não inscritas. É o orçamento da geringonça coxa", afirmou.

Isaura Morais defendeu que, apenas numa das 91 propostas de alteração que o PSD apresentou, não a fez acompanhar de uma contrapartida pelo aumento da despesa: a que exigia a atribuição de um médico de família a todos os portugueses.

"Mas essa, é uma antiga promessa do sr. primeiro-ministro, pelo que lhe cabe executá-la, da forma que entender como possível", justificou.

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Lusa/fim