
Estas posições foram transmitidas em conferência de imprensa por Ana Catarina Mendes, na Assembleia da República, no final da reunião semanal do Grupo Parlamentar do PS, durante a qual manifestou a sua convicção de que o projeto dos socialistas sobre esta matéria será aprovado na generalidade.
A Assembleia da República debate na generalidade, em 20 de fevereiro, cinco projetos de lei para a despenalização da morte assistida do Bloco de Esquerda, PS, PAN, PEV e Iniciativa Liberal.
"O PS faz um apelo à serenidade do debate que se deve ter sobre a despenalização da morte assistida, porque o assunto que tratamos é demasiado sério, esteve em discussão ao longo dos últimos anos, foi levado a um congresso do PS em 2016 (com uma moção que depois foi aprovada), tendo depois merecido um debate parlamentar elucidativo em 2018", sustentou a presidente da bancada socialista.
Com estas palavras, Asna Catarina Mendes procurou contrariar os argumentos de que se verifica na sociedade portuguesa uma ausência de debate aprofundado em relação à eutanásia.
Perante os jornalistas, a líder parlamentar socialista acentuou também a mensagem de que é preciso que se faça "um debate esclarecedor e que não seja enviesado por insinuações".
Neste ponto, Ana Catarina Mendes PS referiu-se em particular a declarações proferidas na quarta-feira por Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças e ex-presidente do PSD, que sugeriu que a questão da eutanásia apareceu agora na agenda política como resultado das negociações dos socialistas com o Bloco de Esquerda em matéria de Orçamento do Estado.
"Quando Manuela Ferreira Leite diz que há uma negociata entre o Bloco de Esquerda e o PS para trocar o voto no Orçamento pelo voto da eutanásia, isso é brincar com o sofrimento das pessoas. A matéria sobre eutanásia não é suscetível em momento algum de negociação de voto, mas apenas de ponderação livre sobre como lidar com o sofrimento insuportável de uma pessoa", reagiu.
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Lusa/fim