
"Assim que estiver garantida a segurança das pessoas e bens das áreas afetadas pelo terrorismo em Cabo Delgado e em particular na zona da sua implantação, [as empresas] irão retomar os trabalhos de construção das primeiras duas unidades de liquefação de gás natural do Projecto Golfinho/Atum", para produção de 12 milhões de toneladas por ano, disse o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine.
O governante falava na Assembleia da República, em nome do ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, em resposta a perguntas das bancadas do parlamento moçambicano sobre o ponto de situação dos projetos de gás natural.
O ano de 2024 tem sido apresentado como o momento de arranque do projeto liderado pela multinacional francesa Total, mas a petrolífera deixou o local e paralisou por tempo indeterminado as obras na sequência do ataque, em 24 de março, por grupos armados, à vila de Palma, a cerca de seis quilómetros da península de Afungi, zona do empreendimento.
Na resposta aos deputados, João Machatine manifestou otimismo sobre o relançamento dos projetos, mas sem entrar em detalhes.
Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.500 mortes segundo o projeto de registo de conflitos ACLED e 714.000 deslocados de acordo com o Governo moçambicano.
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