Nas instruções que constam no anúncio norte-americano, indica-se que ficam de fora os naturais de países que atingiram uma quota de 50 mil pessoas nos últimos cinco anos.

É o caso da China, com a ressalva que a ineligibilidade se estende a Hong Kong pela primeira vez. Mas o mesmo não acontece com Macau, a outra região administrativa especial chinesa que é vizinha de Hong Kong, nem com Taiwan, que a China reivindica como sendo seu território, apesar da posição independentista assumida pelos responsáveis políticos que governam a ilha.

O Departamento de Estado norte-americano administra anualmente o Programa de Vistos de Diversidade do Imigrante. A Lei de Imigração e Nacionalidade dos EUA prevê uma "classe de imigrantes de países com taxas historicamente baixas de imigração para os Estados Unidos".

Os EUA têm criticado duramente a China pela sua atuação no território semi-autónomo de Hong Kong, chegando mesmo a avançar com sanções, que preveem a confiscação, nos Estados Unidos, dos bens das pessoas abrangidas pela medida.

O agravamento das tensões entre os EUA e a China, que se traduziu numa guerra comercial, deve-se também ao facto de Washington entender que Pequim decidiu reforçar o seu controlo sobre a ex-colónia britânica, quando estava prevista uma larga autonomia até 2047 no âmbito do princípio "Um país, dois sistemas".

A lei sobre a segurança nacional, imposta no final de junho por Pequim a Hong Kong, "não apenas minou a autonomia de Hong Kong, mas igualmente violou os direitos dos habitantes de Hong Kong, permitindo aos serviços de segurança da China continental operar com toda a impunidade na região", segundo o Governo norte-americano.

Esta lei, imposta em resposta aos meses de manifestações em 2019, uma mobilização sem precedentes desde a passagem para a soberania chinesa em 1987, foi denunciada pelo campo pró-democracia como um instrumento legal para silenciar toda a dissidência.

À semelhança de Hong Kong, para Macau foi acordado um período de 50 anos (que termina em 2049), com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judiciário. A fórmula 'um país, dois sistemas' foi originalmente proposta pelo líder chinês Deng Xiaoping, no final dos anos 1970, como solução para reunificar Taiwan.

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