Em colaboração com parceiros presentes no terreno, o PAM começou a fornecer uma ajuda monetária para permitir a compra de alimentos por parte da população do território, nomeadamente às pessoas que estão na zona norte de Gaza, segundo informou a agência do sistema das Nações Unidas com sede em Roma.

"Para as pessoas que perderam ou fugiram de casa, uma das necessidades mais urgentes no momento é a alimentação. A maneira mais rápida e eficaz de ajudá-las é dando-lhes dinheiro, na forma de 'vouchers' eletrónicos. Os alimentos estão disponíveis neste momento e muitas lojas locais ainda estão abertas", afirmou Samer AbdelJaber, representante do PAM e diretor nacional na Palestina, citado num comunicado.

No entanto, segundo frisou a agência da ONU, o encerramento das passagens para Gaza poderá em breve causar uma escassez de produtos básicos, incluindo alimentos, e provocar uma subida de preços.

"Os habitantes de Gaza já estão a viver no limite e muitas famílias estão a lutar para colocar comida na mesa. A situação [da população do enclave] deteriorou-se ainda mais no último ano devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19", disse, por sua vez, a diretora regional do PAM para o Médio Oriente e para o norte de África, Corinne Fleischer.

"A maioria da população não consegue resistir a mais choques", acrescentou a representante.

Controlada pelo movimento radical islâmico Hamas desde 2007, a Faixa de Gaza é um enclave palestiniano sob bloqueio israelita há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.

Em Gaza, o PAM fornece apoio regular a cerca de 260 mil pessoas através de transferências monetárias ou de outras formas que permitem a aquisição de bens alimentares.

A ajuda fornecida também passa pela atribuição direta de bens essenciais e pela promoção de projetos de apoio à subsistência.

Mais de dois terços da população de Gaza já sofria de insegurança alimentar antes da atual escalada de violência entre as forças israelitas e o Hamas, confrontos estes que já provocaram duas centenas de mortos no enclave, incluindo 59 menores, segundo os dados mais recentes do Ministério de Saúde local.

Os atuais combates entre israelitas e palestinianos são considerados os mais graves desde 2014.

Mais de metade da população de Gaza (53%) vive na pobreza e a taxa de desemprego neste território exíguo situa-se nos 45%.

O PAM afirma que precisa de 31,8 milhões de dólares (cerca de 26,1 milhões de euros) para fornecer ajuda a 435 mil pessoas vulneráveis em Gaza e na Cisjordânia durante um período de seis meses, e de 14 milhões de dólares (cerca de 11,5 milhões de euros) para prestar uma ajuda de emergência a 160 mil pessoas em Gaza e a outras 60 mil na Cisjordânia nos próximos três meses.

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