O líder da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido do Governo, referiu hoje à Lusa que o sistema de saúde se depara com faltas de equipamento de diagnóstico, de tratamento e de consumíveis, vivendo como um sistema "emperrado".

Mari Alkatiri explicou que esta semana recebeu a ministra da Saúde, Odete Belo, -- um dos membros da Fretilin no Governo -- que pediu o encontro para expressar preocupação pelo estado do sistema nacional.

"A ministra pediu para se encontrar comigo porque está numa situação dilemática", contou Alkatiri em entrevista à Lusa.

"Não tem meios. E não é por falta de dinheiro. Não tem equipamento de tratamento, não tem material de diagnóstico, não tem consumíveis, tudo isso. Como queremos mudança se a situação ainda é esta", questionou.

Alkatiri insiste que aceitou o encontro com a ministra "não por querer gerir o Governo", mas comprometendo-se a falar com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, sobre os problemas.

Na opinião do líder da Fretilin, "é gravíssimo quando se vai ao hospital nacional principal", em Díli, e "depois falta isto, falta aquilo". "Não pode ser", enfatizou.

"Seja quem for o ministro. Mesmo que seja o melhor da Saúde aqui, que é o Rui Araujo, ele próprio admite que está tudo minado", afirmou.

Apesar de algum reforço levado a cabo no último ano, nomeadamente no que toca à resposta à covid-19, o sistema nacional de saúde timorense continua a deparar-se com problemas crónicos em várias áreas.

 

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