
Nas celebrações dos 46 anos da institucionalização da Polícia Nacional de São Tomé e Príncipe (PNSTP), Jorge Bom Jesus destacou a função "determinante e incontornável" da Polícia Nacional enquanto garante da segurança "paz, democracia e desenvolvimento" do país.
O primeiro-ministro, que assumiu este mês interinamente as funções de ministro da Defesa e Ordem Interna, depois da exoneração de Óscar Sousa, que se encontra em tratamento em Portugal, realçou que nos 46 anos da independência do país "a sociedade são-tomense mudou muito" e por isso "a Polícia Nacional também tem que mudar".
Apesar de reconhecer que "ainda há muito por fazer" na polícia são-tomense, o chefe do Governo destacou "ganhos visíveis ao nível de recursos humanos".
"Temos muitos agentes formados, oficiais superiores e subalternos com licenciatura e muitos com mestrados, e possivelmente com doutoramentos", disse o primeiro-ministro, acrescentando que "este investimento tem que ser permanente e continuado", pois, considerou, "sem esses recursos humanos, dificilmente outros investimentos conseguiriam sustentabilidade"
Jorge Bom Jesus considerou igualmente importante o investimento "em termos materiais, equipamento cada vez mais modernos e tecnologias de ponta" e alertou que "as ameaças mudaram, tanto externas como internas".
Segundo o chefe do Governo são-tomense, os investimentos na defesa e segurança são importantes para a proteção do país, localizado no Golfo da Guiné, onde se registam crimes de pirataria marítima.
"Ao nível interno, novas ameaças como o cibercrime, por exemplo, mas também fenómenos como a droga e outros males sociais, sem esquecer a erosão dos valores societários" justificam o "sacrifício" do Governo na priorização do setor da Defesa e Segurança no Orçamento Geral do Estado.
Jorge Bom Jesus referiu que quer "uma polícia de proximidade, que possa continuar em diálogo com a população" para, em conjunto com outras autoridades, inverter a erosão de valores que considera existir em São Tomé e Príncipe.
O comandante da Polícia Nacional, Roldão Boa Morte, destacou que o plano estratégico da instituição contém "linhas orientadoras" que mantêm a PNSTP "com foco, determinação e discernimento" nos passos a seguir.
"Temos a plena consciência dos inúmeros desafios que temos pela frente e das nossas responsabilidades para com a sociedade são-tomense, fruto do surgimento de novos movimentos sociais, pois é inequívoca a vontade de todos em termos um país mais seguro, onde reine a paz e a estabilidade social, não abdicando, de modo algum, do reforço da autoridade de Estado e da aposta na melhoria das condições de serviço desta nobre instituição policial", precisou o comandante geral da polícia são-tomense.
"Para este ano, sendo também a mola propulsora para os próximos anos", temos como premissa modernizar e credibilizar a Polícia para que consigamos criar ainda mais um laço de confiança e de proximidade com os cidadãos com vista a contribuirmos para o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe", acrescentou.
O comandante da PNSTP admitiu "que os tempos mudaram" e realçou que a instituição necessita, "além de um plano estratégico, de políticas públicas claras e contundentes versadas para todo o sistema de segurança nacional, que privilegie a coesão, a integridade, a partilha de informação, a racionalização dos meios, a eficiência, a melhoria das condições de serviço".
Roldão Boa Morte defendeu por isso que estas políticas devem incluir "infraestruturas e equipamentos, maior aposta na formação e especialização dos quadros" e o incremento das "cooperações internacionais bilaterais e multilaterais no domínio da Segurança Interna".
As comemorações dos 46 anos da Polícia Nacional da Polícia Nacional ficaram marcadas ainda com uma homenagem ao Presidente da República cessante, Evaristo Carvalho, que, de junho de 1992 a dezembro de 1994, enquanto ministro, chefiou a pasta da Segurança Interna.
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