Fonte da Presidência da República disse à Lusa que a reunião do Conselho de Estado inicialmente prevista para hoje, foi adiada, "para já por tempo indefinido", enquanto decorrem novas rondas de diálogo com entidades da sociedade civil timorense.

Só depois das rondas de diálogo estarem concluídas é que haverá a reunião do Conselho de Estado que estava prevista inicialmente, disse a mesma fonte.

Francisco Guterres Lu-Olo tem mantido desde 23 de janeiro vários encontros com forças políticas, líderes religiosos, empresários, juristas, representantes de organizações da sociedade civil e outros, para discutir a situação política do país.

A ronda deveria ter terminado hoje com uma reunião do Conselho de Estado que foi adiada ainda sem nova data.

Para já o Presidente tem marcado um novo encontro na quarta-feira com o Centro de Estudo para a Paz e Desenvolvimento (CEPAD).

Sem solução clara para a crise política e com o país a viver em regime de duodécimos desde o início do ano, nenhum dos dois maiores partidos timorenses, Fretilin e CNRT, clarificam qual a solução que preferem.

Continua sem haver diálogo entre os principais líderes nacionais: Xanana Gusmão - presidente do Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), a maior força da Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), a coligação do Governo -- Mari Alkatiri, secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), maior partido no parlamento, atualmente na oposição, e Taur Matan Ruak, primeiro-ministro e líder do Partido Libertação Popular (PLP), segunda força da AMP.

Formalmente, o Governo liderado por Taur Matan Ruak continua em plenas funções, apesar de o primeiro-ministro ter afirmado que a AMP "já não existe", algo que não foi ainda formalizado na direção da coligação.

Taur Matan Ruak instruiu o executivo para cumprir as funções com normalidade, não tendo sido ainda dado qualquer passo que marque, formalmente, o fim do VIII Governo saído das eleições antecipadas de 2018.

A crise política é consequência de dois anos de divergências políticas e de intransigência de posições que acabaram por condicionar a governação.

O passo mais recente na crise política ocorreu em janeiro com o chumbo da segunda proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020, devido aos votos contra e abstenções dos deputados do CNRT.

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