
Na sua primeira visita ao Hospital Central Doutor Ayres de Menezes enquanto Presidente da República, Carlos Vila Nova disse que constatou e foi informado de vários problemas no único Hospital do País.
"Temos problemas de infraestrutura, temos problemas de medicamentos, temos problemas de profissionais - não chegam", disse o chefe de Estado, que tomou posse no sábado passado.
Vila Nova apontou que também há necessidades "a nível dos equipamentos, inclusivamente a nível de segurança no próprio hospital" e da digitalização dos documentos.
"O hospital não tem água", apesar de ser a Empresa de Água e Eletricidade (EMAE), do Estado são-tomense, que fornece água à população, frisou o chefe de Estado, assinalando que é uma situação que se tem vindo a tentar melhorar desde que foi ministro das Infraestruturas, no anterior executivo, chefiado por Patrice Trovoada (2014-2018).
Vila Nova mostrou-se preocupado com a situação: "É um grande problema um hospital sem água, onde à partida a higiene é uma premissa de base para que se faça bom serviço".
"Eu reconheço que grande parte do que deve ser feito aqui neste hospital é tarefa do executivo", avançou o chefe de Estado, garantindo que não vai "usurpar funções" do Governo de Jorge Bom Jesus, mas disse que poderá "ser um bom acompanhador do executivo na resolução dos grandes problemas."
Para o Presidente da República, há um conjunto de coisas que têm que ser feitas, mas, alertou, "se se faz uma coisa, não se faz a outra", o hospital continuará "com bastante problemas".
"Trabalhando pontualmente nós deixamos as grandes questões por fazer", precisou o chefe do Governo, assegurando que dentro da sua magistratura de influência poderá intervir aquando da elaboração do Orçamento Geral de Estado para garantir o equilíbrio das ações do Governo na melhoria do setor da saúde.
Segundo o Presidente da República, o Hospital Ayres de Menezes, na capital são-tomense, construído há quase 100 anos, "já não tem espaço para albergar todos os utentes" que procuram os seus serviços.
O Presidente são-tomense destacou que a direção do Hospital demonstrou ideias e orientação, e "sabem o que é preciso" para melhorar as condições do hospital, mas "isso não chega".
O chefe de Estado disse que também viu "profissionais muito empenhados", mas "limitados naquilo que são os equipamentos, os materiais" num hospital que está "quase sem infraestruturas".
Nesta deslocação que diz marcar a sua Presidência aberta, Carlos Vila Nova visitou as principais unidades do Hospital Central, nomeadamente os serviços de urgência, o bloco operatório, a pediatria, a maternidade e a unidade dos sintomáticos respiratórios que recebe os doentes de covid-19 com os primeiros sintomas.
O Presidente da República disse que quis conhecer as causas dos problemas e apelou à intervenção de todos, sobretudo do Governo, para que "a forma de comunicar, a forma de permitir a execução do orçamento nos setores" seja mais prática, direta e consciente.
"Nós sabemos que os recursos não são muitos, que eles são parcos, mas a equidade é coisa muito importante. Nós temos que estabelecer prioridades", precisou o chefe de Estado.
No seu discurso de tomada de posse, no dia 2 de outubro, Carlos Vila Nova considerou que "a saúde e a educação são indiscutivelmente vitais para o crescimento, desenvolvimento, sucesso e reconhecimento internacional de qualquer nação", por isso defendeu que "investimentos nestes setores têm obrigatoriamente de conhecer um significativo impulso e novas formas de produzir saúde, educação e aprendizagem têm de ser encontradas."
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