O chefe de Estado moçambicano deverá, perante os 250 deputados, falar sobre a situação política, económica, militar e social do país.

Filipe Nyusi fala numa altura em que passam cinco anos desde o início do conflito armado em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, que já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

O ano é ainda marcado pelo fim, anunciado para este mês, do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) de antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, no âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de 2019.

O presidente da Renamo, Ossufo Momade, acusou o Governo moçambicano de "incumprimento sistemático do acordo de paz", fazendo menção aos atrasos no pagamento de pensões aos desmobilizados, uma questão que tem sido recorrentemente levantada pelo partido.

No plano económico, o país tem sido marcado por recorrentes contestações à implementação da nova Tabela Salarial Única (TSU) por várias classes profissionais, nomeadamente juízes, professores e médicos, estes últimos que tem em curso uma greve de 21 dias prorrogáveis.

O parlamento moçambicano é dominado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), com uma maioria qualificada de 184 dos 250 assentos que compõem a AR, seguida da Renamo, com 60, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), com seis lugares.

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