Tsai Ing-wen começa a viagem de dez dias em 29 de março, sendo que esta terá paragens em Nova Iorque, em 30 de março, e em Los Angeles, em 05 de abril, referiu a diplomacia de Taiwan.

Belize e Guatemala estão entre os 14 países que reconheceram oficialmente Taiwan face à China, embora o este número possa cair para 13, porque Honduras pretende estabelecer relações oficiais com Pequim, abandonando Taipé.

A Presidente taiwanesa deve encontrar-se com o seu homólogo guatemalteco, Alejandro Giammattei, e com o primeiro-ministro de Belize, John Briceno.

A visita da líder acontecerá duas semanas após a reviravolta diplomática por Honduras.

Em agosto de 2022, a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, enfureceu Pequim e desencadeou manobras militares chinesas em grande escala ao redor da ilha autoadministrada, em retaliação.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Alexander Yui, não referiu se Tsai Ing-wen planeia encontrar-se com o sucessor de Pelosi, Kevin McCarthy, em Los Angeles.

Yui indicou apenas que as paragens previstas foram "devidamente acertadas com os Estados Unidos".

De qualquer forma, McCarthy tinha adiantado este mês que se encontraria com Tsai na Califórnia, e o Departamento de Estado dos EUA minimizou a importância dessa reunião perante a indignação chinesa.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

Taiwan é uma das principais fontes de atrito entre a China e os Estados Unidos, principalmente porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar no caso de uma possível guerra com a China.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, reiterou esta terça-feira a oposição do seu país aos contactos oficiais entre Taiwan e os Estados Unidos.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, voltou a enfatizar que não há nada incomum em autoridades taiwanesas em trânsito pelos Estados Unidos encontrarem-se com autoridades eleitas ou participarem em reuniões públicas, assegurando que a política dos EUA perante a China "permanece inalterada".

Também a presidência norte-americana (Casa Branca) considerou esta terça-feira que a China não deve reagir com exagero às paragens nos EUA previstas pela Presidente de Taiwan.

John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do Presidente Joe Biden, destacou, em conferência de imprensa, que a viagem de Tsai é "pessoal e não oficial".

Washington, que apesar de ter concedido o seu reconhecimento diplomático a Pequim em 1979, é o aliado mais poderoso da ilha e também o seu principal fornecedor de armas.

A América Central tem sido uma região estratégica para Pequim e Taipé desde o fim da Guerra Civil Chinesa em 1949.

Nicarágua, El Salvador, Panamá, República Dominicana e Costa Rica mudaram o seu reconhecimento diplomático em favor de Pequim nos últimos anos.

Estas alterações diplomáticas aumentaram desde a eleição de Tsai Ing-wen, que defende uma política mais dura em relação à China ao afirmar que Taiwan é uma nação independente e não subordinada ao vizinho.

Esta terça-feira, a ministra da Educação da Alemanha viajou hoje para Taiwan para a primeira visita em 26 anos de um ministro alemão à ilha reivindicada pelos chineses, para assinar uma parceria tecnológica.

DMC // RBF

Lusa/Fim