O preço do petróleo está a registar a maior subida diária desde o início de 2022, altura da invasão da Rússia ao território ucraniano, na sequência do ataque de Israel a alvos nucleares no Irão, esta sexta-feira.

O Brent, que serve de referência para Portugal, chegou a disparar mais de 9% como reação para um valor máximo desde janeiro deste ano. Agora, valoriza cerca de 5% para os 73 dólares por barril.

Apesar do disparo na cotação, a Companhia Nacional Iraniana de Refinação e Distribuição de Petróleo disse que as instalações de refinação e armazenamento de petróleo não foram danificadas e continuam a operar.

"Na ausência de qualquer interrupção real no fornecimento de petróleo iraniano, suspeitamos que o preço continuará a arrefecer", começam por explicar os analistas do banco de investimento ING, numa nota técnica. Mas acrescentam que "qualquer escalada que leve a uma interrupção da produção de petróleo iraniano dará mais força aos preços", prevendo uma possível escalada para o nível dos 80 dólares, neste cenário adverso.

O Irão produz cerca de 3,3 milhões de barris por dia de petróleo e exporta cerca de 1,7 milhões de barris por dia. A OPEP, organização dos países exportadores de petróleo, tem 5 milhões de barris por dia de capacidade de produção, por isso, qualquer interrupção no fornecimento iraniano poderia ser compensada pela OPEP.

Em reação ao ataque, o ouro - ativo visto como seguro e cuja procura tende a aumentar em momentos deste género - está a aproximar-se de novo de máximos históricos nos 3.439,79 dólares.

No mercado de ações, Wall Street e a generalidade das praças europeias negoceia com pequenas desvalorizações.