"O terrorista atravessa a fronteira que temos em comum, então, mais do que ninguém estamos interessados em abordar o problema do terrorismo", disse Filipe Nyusi.

O chefe de Estado moçambicano falava durante uma conferência de imprensa após conversações com a Presidente da Tanzânia, Samia Suluhu, em Pemba, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

Filipe Nyusi considera que o encontro foi uma "oportunidade" para que se abordasse de forma "profunda" a situação "de segurança em Moçambique e também na Tanzânia", dada a relação fronteiriça entre os dois países.

"Agradeço a vinda da nossa irmã, que tomou a iniciativa de abordar o problema juntamente com Moçambique, para que possamos encontrar soluções com a maior rapidez possível", declarou o Presidente moçambicano.

"Eu vim a Moçambique para saber da situação da paz e segurança e como podemos trabalhar juntos [para resolver o problema]", disse Samia Suluhu, Presidente da Tanzânia.

A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, de acordo com as autoridades moçambicanas.

Desde julho de 2021, uma ofensiva das tropas governamentais com apoio do Ruanda a que se juntou depois a Comunidade do Desenvolvimento da África Austral (SADC) permitiu recuperar várias zonas ocupadas, mas continua a haver confrontos pontuais que em dezembro alastraram para a província do Niassa.

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