O objetivo essencial passa por "ajudar a região a fazer face aos impactos e crises decorrentes das mudanças climáticas" cujos efeitos já se têm sentido, referiu o chefe de Estado.

Filipe Nyusi falava durante a reunião virtual do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), realizada através da Internet.

"O importante é prevenir, mas neste caso" a instalação do centro de operações em Nacala pretende "criar condições para a mitigação e para gerir de forma integrada [situações de socorro] ao nível da região", realçou.

O Presidente moçambicano ilustrou a sua intervenção com a experiência do país lusófono.

Na atual época chuvosa (de outubro a abril) milhares de pessoas já foram afetadas pelas intempéries.

As mais graves foram a tempestade Chalane, no final do ano, e o ciclone Eloise, em janeiro, com um balanço oficial total de 19 mortos, mas com relatos de autoridades locais que apontam para o dobro.

Em 19 de fevereiro, o ciclone Guambe passou ao largo da costa moçambicana e provocou inundações em vários distritos da zona sul. 

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) de sempre a atingir o país.

A decisão para instalar na cidade costeira de Nacala um centro para promoção de estudos e ativação de alertas foi tomada em junho de 2020 em reunião virtual dos chefes de diplomacia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o projeto aguarda por desenvolvimentos.

A reunião de hoje do Conselho de Paz e Segurança da UA foi subordinada ao tema "Incidência das mudanças climáticas e impacto na Segurança Continental" e contou com a participação dos membros da 'troika' da organização, nomeadamente África do Sul, Congo, Senegal e do secretário-geral das Nações Unidas.

Moçambique participou na qualidade de membro do Conselho de Paz e Segurança.

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