A medida abrange alunos das classes sem exames, que estavam sem aulas desde março, tendo em conta que os estudantes da 7.ª, 10.ª e 12.ª classes com exame em Moçambique, e os do ensino técnico e superior, reiniciaram as aulas em outubro.

"Entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, foram notificadas 1.380 infeções em estudantes e professores, dos quais nenhum teve uma apresentação clínica grave. Não existindo evidências de que estas infeções ocorreram dentro dos estabelecimentos do ensino, é autorizada a retoma de todas aulas presenciais", declarou Filipe Nyusi, numa comunicação à nação a partir da Presidência da República.

O reinício das aulas, prosseguiu o chefe de Estado, está sujeito à observação rigorosa das medidas de prevenção e há escolas que poderão recomeçar as suas atividades mais tarde, caso se constate que não estão criadas as condições exigidas.

Além do reinício das aulas, Filipe Nyusi autorizou o arranque dos treinos das equipas que disputam a principal prova futebolística moçambicana (o Moçambola), que estavam proibidos desde fevereiro, embora o campeonato continue suspenso.

"A retoma dos treinos é condicionada à realização de testes semanais, sendo que os atletas que testarem positivos serão submetidos ao regime de quarentena", declarou o Presidente.

"Reiteramos que as medidas agora anunciadas serão reajustadas em função da evolução da pandemia no nosso país, pelo que todos os setores devem estar preparados para um cenário de reversão e adaptação progressiva", frisou.

Na sua comunicação à nação, o Presidente moçambicano manteve as 20 restrições anunciadas há um mês, entre as quais o recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, que abrange os distritos de Matola, Boane e Marracuene.

Apesar de autorizar a reabertura das escolas e o arranque dos treinos do Moçambola, Filipe Nyusi alertou para o risco de uma terceira vaga de covid-19, pedindo às autoridades o reforço da fiscalização para o uso das máscaras.

Só em janeiro o país registou mais casos e mortes que em todo o ano de 2020, elevando para mais de 300 o número de internamentos, pressionando o sistema de saúde.

"A nível do país, subsistem níveis de transmissão e taxas que não nos podem deixar tranquilos", acrescentou.

Em fevereiro, o país recebeu da China um total de 200 mil doses da vacina Verocell, incluindo seringas, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm. Deste lote, 60% são destinadas aos profissionais de saúde.

O chefe de Estado moçambicano garantiu que o seu executivo continua a envidar esforços para obtenção de outras doses, alertando, no entanto, que a vacinação não deve substituir a importância das medidas de prevenção no país, que também aguarda pela sua parte no âmbito do mecanismo internacional Covax.

Moçambique registou 674 mortes por covid-19 e um total acumulado de 61.170 casos, dos quais 72% estão recuperados, segundo a última atualização

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.560.789 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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